Desta Vez, Eu Sou a Prioridade da Minha Vida romance Capítulo 106

Hector Rocha não conseguiu conter uma risada ao me observar, seus olhos profundos e sombrios me encaravam, antes de dizer: "Rosângela, a partir de amanhã estarei fora do país por dois dias para um check-up no hospital. Já conversei com o tio sobre isso e queria te informar também."

Fiquei surpresa por um momento, Hector Rocha agia de forma tão natural que quase me esqueci de que ele também tinha sofrido uma lesão na perna.

Rapidamente, me endireitei, "Tudo bem, vá cuidar dos seus assuntos. Aqui o tio está bem cuidado comigo, e ainda vou contratar um cuidador para ajudar. Não se preocupe demais."

O rosto elegante de Hector Rocha mostrava uma expressão complexa, mas no final, ele apenas disse: "É apenas um check-up. Voltarei logo, e minha perna está normal agora. Não precisa ficar tão preocupada."

Hmm... É tão óbvio assim?

Forcei um sorriso, sempre me dizendo que fiz o que pude em relação à perna de Hector Rocha. Mas, se não fosse por ele ter me salvado naquela época, ele não teria se machucado. Sempre me senti culpada por isso, e mais ainda porque ele morreu por mim em uma vida passada. Nunca conseguirei me livrar dessa culpa.

Augusto Lacerda pareceu perceber que a atmosfera estava pesada e tossiu duas vezes, interrompendo meus devaneios.

"Rosângela, que tal me levar para passear um pouco lá fora?"

"Claro." Empurrei o tio pelo hospital, com Hector Rocha nos acompanhando silenciosamente, os três caminhando pelo caminho sem dizer uma palavra.

Muitos pacientes saíam para caminhar à noite, para fazer a digestão. Uma brisa suave soprava enquanto observava as pessoas indo e vindo pelo caminho. Senti-me profundamente tocada.

Ser capaz de viver com saúde é realmente um luxo.

De repente, vi uma figura familiar passar rapidamente, e minha expressão mudou instantaneamente.

"Quirina Neves!"

Hector Rocha ficou surpreso ao meu lado, olhando-me confuso, "O que aconteceu, Rosângela?"

"Hector Rocha, pode empurrar o tio por um momento?" Assim que terminei de falar, larguei tudo e corri atrás da figura que tinha visto, ansiosa. Infelizmente, não consegui alcançá-la. Nesse horário, havia muitos pacientes que tinham acabado de jantar, bloqueando meu caminho.

Parei, ofegante, encostada na parede, tentando recuperar o fôlego.

Meu coração batia como um tambor, e meus dedos estavam frios como gelo. Uma sensação de frio percorria minha espinha, e não pude deixar de lembrar da minha vida passada.