Desta Vez, Eu Sou a Prioridade da Minha Vida romance Capítulo 153

Eu estava meio grogue, tão cansada que mal podia entender o que ele dizia. Antes de cair num sono profundo, senti vagamente alguém acariciando meu pescoço, bem onde Sebastião Laureano tinha me mordido, e então ouvi uma voz baixa e fria.

"Esta vez, eu não vou soltar..."

Quando acordei novamente, já era dia e a comissária de bordo estava preparando a refeição.

Provavelmente devido ao susto, me senti excepcionalmente cansada e nem um pouco faminta, bebi apenas um gole d'água e adormeci outra vez.

Despertei completamente apenas quando o avião pousou. Meu celular estava sem bateria, então Hector Rocha me levou para comprar um novo. Escolhi o último modelo da Quantum, com a maior capacidade de memória possível. Ele ia pagar com o cartão dele, mas eu insisti em usar o cartão bancário de Sebastião Laureano.

Hector Rocha franziu a testa, avaliando-me com um olhar curioso, sem entender o motivo do meu gesto.

"Sebastião Laureano tem dinheiro de sobra, não precisamos economizar por ele."

Eu tinha pensado que o divórcio seria rápido e que logo estaríamos separados definitivamente, mas as coisas se complicaram.

Entretanto, assim que ele voltasse ao país, poderíamos nos divorciar e cada um ficaria com o seu dinheiro. Se eu não aproveitasse agora, não teria outra chance.

Pensando assim, comprei várias peças de roupa, para mim, para o meu tio, para Rosa Maria e até uma gravata azul para Hector Rocha, que o deixou ainda mais charmoso, "Lindo, você fica muito elegante."

Hector Rocha zombou de mim, com um tom melancólico, "Se Sebastião Laureano soubesse que você está usando o cartão dele para me comprar presentes, ele ficaria furioso."

Isso era verdade.

Sebastião Laureano parecia realmente detestar Hector Rocha, o que era estranho, considerando que os problemas do passado não se repetiram nesta vida. Hector Rocha não o havia enviado para o hospital nem o humilhado, então por que ele ainda o detestava tanto?

Mas eu não me importava, quanto mais Sebastião Laureano ficasse irritado, melhor eu me sentia. De repente, lembrei-me de perguntar a Hector Rocha sobre seus planos de entrar no mundo do entretenimento, "E então, como estão as coisas com sua carreira artística?"

Hector Rocha passou a mão pelo meu cabelo, esboçando um sorriso sutil, "É um segredo, eu te conto quando tudo estiver resolvido."

As ligações foram feitas depois que eu decolara, uma atrás da outra, totalizando 30 chamadas perdidas. Não conseguia nem imaginar Sebastião Laureano ligando tantas vezes assim para mim.

Esse tipo de insistência só me lembrava de mim mesma, em outra vida, quando eu o amava loucamente, cheia de incertezas e medo de perder.

Fiquei pensativa com a sobrancelha franzida, mas decidi não dar atenção àquilo.

Afinal, Sebastião Laureano não era de ficar indeciso, ele só poderia estar agindo de forma tão descontrolada por causa da presença de Hector Rocha ao meu lado, provavelmente temendo ser traído e passar vergonha.

Hospital.

A visita que fiz com Hector Rocha foi incrivelmente mal-timed. Jamais poderia imaginar que minha sogra encontraria meu tio e ainda por cima o confundiria com meu amante, desferindo-lhe uma série de insultos.

Minha sogra sempre foi mestre em ofender as pessoas, com suas palavras carregadas de sarcasmo, "Nunca imaginei, olha só para você, com essa cara cheia de barba por fazer, parecendo mais um fantasma do que um homem vivo, como ela pôde se interessar por você?"