Desta Vez, Eu Sou a Prioridade da Minha Vida romance Capítulo 184

Então, com um estrondo, fechou a porta do carro, sentou-se no assento do motorista, ligou o veículo e acelerou, desaparecendo no horizonte.

Eu levei uns tapas na cara, que não chegaram a doer de verdade. Ele claramente não tinha usado força, até parecia que estava espantando mosquitos, mas eu me sentia humilhada, olhando para fora da janela do carro, perdida nos meus pensamentos.

"Por que você me bateu? Eu estava quase dançando para você, em frente a um poste de aço, tão grande e grosso, nem consigo imaginar o quanto seria libertador..."

O frio do homem se espalhou pelo carro inteiro, transformando-o numa espécie de câmara gelada.

No entanto, eu estava alheia, fascinada pela beleza da cidade que passava rápida diante dos meus olhos. As luzes brilhavam como joias cintilantes, fazendo-me exclamar em deslumbre, enquanto fixava o olhar nas paisagens do lado de fora. "Hector Rocha, isso é tão lindo."

"É ainda mais bonito que a coleção Sonho de Borboleta. Parece o restinho de luz do pôr do sol. Que tal definirmos 'pôr do sol' como o tema da nossa próxima coleção de joias?"

Sebastião Laureano respondeu friamente, com os olhos apertados, "Suas criações não estão no mesmo nível das da Senhora Borboleta, não há necessidade de comparar."

Hã?

Eu olhei para ele, confusa, minha cabeça começou a zumbir. "Como assim? Como você pode falar assim, como Sebastião Laureano? As criações da Senhora Borboleta, por que eu não poderia compará-las, por que não estariam no mesmo nível? Estão sim!"

"Você está bêbada? Você realmente não sabe o valor das obras da Senhora Borboleta? Você é a agente dela."

Ao ouvir isso, Sebastião Laureano subitamente estreitou seus olhos. "Hector Rocha é o agente da Senhora Borboleta? Como você sabe?"

"O que há para não saber? Seu idiota," Hector Rocha sempre foi meu agente, cuidando de contatar parceiros de colaboração para mim. Minha cabeça ficava cada vez mais pesada, e meus olhos ardiam. Esfreguei-os e, vencida pelo cansaço, fechei-os. "Estou tão cansada, Hector Rocha, me acorde quando chegarmos."

"Como não me preocupar?!" Eu retraí minha mão, lembrando-me daquele terrível acidente de carro. Se não fosse por Hector Rocha me protegendo, a pessoa com a perna quebrada seria eu agora. Meus olhos se encheram de lágrimas, e meu nariz ardeu, mas eu não conseguia chorar.

"Se sua perna não tivesse sido ferida, talvez, talvez eu não teria me casado com Sebastião Laureano..."

Se a perna de Hector Rocha não tivesse sido ferida, talvez eu não me sentiria tão culpada, talvez não teríamos causado tanto alvoroço a ponto de chamar a atenção de Sr. Ivan Laureano, e eu não teria sido escolhida como parceira de casamento de Sebastião Laureano.

Então, não teria havido aqueles cinco anos de casamento torturante em uma vida passada, nem esta inescapável e absurda união no presente.

Sebastião Laureano permaneceu parado, envolto numa aura fria, com a voz tão gelada quanto sua presença.

"Parece que você realmente se arrepende de ter se casado com ele..."