Desta Vez, Eu Sou a Prioridade da Minha Vida romance Capítulo 40

Eu olhava fixamente para ele, "Tio, você não vai comer?"

Seu rosto barbudo permanecia inexpressivo enquanto ele colocava camarões em minha tigela, depois se voltava para desmontar meticulosamente um caranguejo-rei. Seus olhos, no entanto, transbordavam a ternura de um guardião experiente.

"Isso é para você, sua mãe disse que você gosta dessas coisas. Daqui para frente, vou compensar os anos de refeições que devo a você."

Meu nariz ficou imediatamente sensível, e um nó se formou na minha garganta. Acostumada a raramente receber afeto, eu mal sabia como lidar com esse tipo de carinho. "Obrigada, tio," sussurrei, lutando para conter a emoção.

Eu tenho que me esforçar para ganhar dinheiro, para juntar o suficiente para a cirurgia do tio. Eu não quero que ele morra jovem, como na minha vida anterior!

Depois do almoço, apesar de ter apenas uma tarde, me apressei para várias entrevistas de emprego.

Só voltei para casa quando escureceu, e Rosa Maria Costa disse preocupada: "Por que você está se esforçando tanto? Se você não tem dinheiro, eu posso te sustentar por enquanto, você pode procurar com calma."

Eu mal conseguia conter um sorriso de felicidade: "Não, eu preciso ganhar dinheiro rápido, para a cirurgia do tio."

No dia seguinte, saí de casa antes do amanhecer e peguei um táxi para o cartório, chegando vinte minutos mais cedo. Sebastião Laureano ainda não havia chegado.

Estava prestes a me divorciar, encerrando o dilema que me atormentava por tantas vidas. Respirei fundo e estava prestes a me sentar em um banco próximo quando meu celular tocou.

"Alô."

"Senhorita Rosângela Damasceno? Estamos ligando sobre o senhor Augusto Lacerda. Sua condição piorou repentinamente. Ele precisa de uma cirurgia urgente. Pode vir ao hospital imediatamente?"

Meu coração apertou, e tudo ao meu redor começou a girar. "Sim, claro!"

Corri para o hospital, meu coração batendo forte. No caminho, mandei uma mensagem rápida para Rosa Maria Costa, minhas mãos trêmulas e meu lábio inferior sendo mordido nervosamente.

Na minha vida anterior, todos que me amavam morreram, e eu também morri sozinha...

Levantei as mãos para cobrir o rosto, tentando conter os soluços.

Como posso salvar meu tio? Como posso mudar seu destino? Eu não sei nada sobre ele...

Uma sensação esmagadora de desamparo me envolvia, como se eu estivesse presa em uma caixa escura e apertada, prestes a sufocar.

De repente, meu celular tocou, era Sebastião Laureano.

Levantei e fui até a escada para atender, ouvindo de lá sua voz reprimida de raiva, fria e ameaçadora.

"Rosângela Damasceno, você acha que pode brincar comigo?"