Desta Vez, Eu Sou a Prioridade da Minha Vida romance Capítulo 46

Precisava conseguir o dinheiro que Sebastião Laureano me devia.

"Desculpe, o número discado está temporariamente fora de serviço. Por favor, tente mais tarde..."

Meu rosto fechou de desgosto, e murmurei irritada: "Canalha."

Não atende minhas ligações, que raiva!

Coloquei o celular de lado, lavei a toalha e comecei a limpar o rosto e as mãos do meu tio.

Cuidando dele sem parar, acabei adormecendo ao lado da cama.

Quando acordei, já era noite. Estava coberta por um casaco e, ainda sonolenta, vi Hector Rocha trocando os curativos do meu tio.

"Hector Rocha? Você voltou? Como assim?"

Hector Rocha, com sua aparência serena, sorriu ao me olhar, entregando-me uma maçã recém-lavada, falando gentilmente: "Estava livre e pensei em ajudar você e seu tio."

"Aliás, seu tio acordou há pouco. Conversei com o médico, e ele disse que a situação está se estabilizando. Não se preocupe tanto."

Segurando a maçã, eu disse: "Mas não precisa, eu posso cuidar do meu tio. Você acabou de voltar para o país, sua família deve estar com saudades. Por favor, vá para casa."

"Que bobagem é essa? Você disse hoje que somos melhores amigos, e agora quer me mandar embora à noite? Isso é o que você chama de melhor amigo?" Hector Rocha fingiu indignação.

Sem saber o que responder, ouvi Hector Rocha dizer, surpreso: "Rosângela, seu tio acordou."

Fiquei extremamente feliz e me virei para olhar meu tio.

"Tio, como você está se sentindo? Ainda está desconfortável?"

Augusto Lacerda tirou a máscara de oxigênio, seu rosto estava pálido e seus lábios sem cor. Ele balançou a cabeça para mim, batendo minha mão gentilmente para me tranquilizar.

Depois, olhou para Hector Rocha, avaliando-o de cima a baixo, e então, deu um leve toque na mão de Hector, que pareceu entender algo e pediu para eu sair.

"Por quê?"

Hector Rocha se inclinou e sussurrou: "Provavelmente seu tio precisa ir ao banheiro. Não é adequado você, uma moça, ficar aqui. Melhor sair."

Imediatamente, senti meu rosto corar, olhei para meu tio e saí rapidamente, ainda podendo ouvir a voz de Hector, repleta de risos.

Segui o olhar de Augusto Lacerda e vi Hector Rocha trabalhando energicamente com as caixas na varanda.

Sem ele, eu realmente não conseguiria mover essas caixas pesadas.

"Sim, ele é mesmo muito bom."

Quando Hector Rocha voltou, sua testa estava coberta de suor.

Ele pegou um papel que eu ofereci, e ao tocarmos as mãos, recuei como se tivesse levado um choque. Hector Rocha me olhou, um sorriso aparecendo em seu rosto elegante.

Augusto Lacerda também riu: "O que tem demais? Seu tio já viu de tudo, não há motivo para vergonha."

Naquele momento, não percebi o mal-entendido do meu tio.

Olhando para o sorriso dele, fiquei momentaneamente perdida em pensamentos.

A primeira vez que vi meu tio sorrir, ele era muito pálido, mas tinha muita barba no rosto, o que o fazia parecer sério e envelhecido. Surpreendentemente, quando ele sorriu, seus olhos brilharam intensamente, ficando extremamente atraentes.