Desta Vez, Eu Sou a Prioridade da Minha Vida romance Capítulo 62

Jorge Marques, perceptivelmente, fechou a boca, mas seus olhos transbordavam de alegria e uma excitação incontida.

Jerônimo Souza nos lançou um olhar inquisitivo. "O quê, você também quer vir? Beleza, vou te mandar o endereço."

Eu não queria encontrar ninguém que soubesse sobre minha vida dupla. Jerônimo Souza, faltando com a lealdade, me levantei, dei-lhe um leve tapa e sussurrei: "Vou visitar meu tio no hospital, nos vemos amanhã."

Sem esperar a resposta de Jerônimo Souza, cumprimentei Jorge Marques com um aceno e me afastei. O dia era apenas para resolver a papelada da minha admissão e ainda não estava confirmado se começaria a trabalhar hoje mesmo.

Jerônimo Souza provavelmente disse algo, mas eu escolhi ignorar, entreouvi algo sobre o hospital e uma pessoa doente.

Talvez ele estivesse explicando para alguém ao telefone o motivo da "Senhora Borboleta" ter partido.

Para mim, era indiferente. Uma pessoa normal não viria ao hospital atrás de mim.

Com certeza Hector Rocha estaria lá acompanhando meu tio, então preparei duas marmitas para levar ao hospital.

A porta do quarto estava entreaberta. De fora, vi meu tio e Hector Rocha sentados lado a lado, este último com uma expressão séria, como quem enfrenta uma grande batalha.

Meu tio, por outro lado, vestido com seu jaleco hospitalar, parecia tranquilo e à vontade.

Ele parecia muito melhor do que ontem, então entrei, sorrindo, "O que vocês dois estão fazendo, tão concentrados?"

Ao ouvir minha voz, ambos olharam para mim.

Os olhos de Hector Rocha eram limpos e claros, iluminando-se ao me ver.

"Rosângela, você voltou! A admissão foi tranquila?"

Respondi com um sorriso: "Sim, tranquila. Vocês já jantaram? Trouxe comida para vocês."

Os olhos de Hector Rocha brilharam antes de se voltarem para mim, "Rosângela, quer tentar?"

Eu rapidamente recusei, levantando as mãos em um gesto de rendição: "Não, obrigada. Go é complicado demais para mim. Só de ver como meu tio joga, já sei que seria um desafio enorme."

Augusto Lacerda imediatamente sorriu, parecendo realmente gostar dos elogios. Sempre que eu o elogiava, ele ficava muito feliz.

Mas quando outros o faziam, como Hector Rocha agora, ele apenas assentia com um sorriso contido.

Hector também sorriu, um brilho de curiosidade em seus olhos: "Realmente, o tio joga go de forma decisiva e precisa. Nem um profissional conseguiria uma derrota honrosa, quanto mais um novato. Mas, o estilo do tio me lembra alguém."

"Se chama Magnus Carlsen, um mestre do xadrez, um prodígio que já foi considerado um gênio. No entanto, ele se aposentou e desapareceu dos holofotes."

"Tio, você deve conhecer ele, certo?"