Ela Aceitou o Divórcio, Ele Entrou em Pânico romance Capítulo 187

Ponto de Vista de Scarlett

Bom, tudo bem, se o “logo” for como cinco minutos!

Mal consegui me sentar na cama antes dele voltar. Nem ouvi o som do motor se aproximando. Não ouvi nada até ele abrir a porta. Quer dizer, eu nem percebi se ele saiu de fato, porque estava irritada. Talvez ele nem tenha saído.

— Ainda estou irritada, mesmo que você tenha saído por cinco minutos! — Resmungo para mim mesma, contando os segundos depois de ouvir ele fechar a porta lá embaixo.

Fracassei completamente em segurar meus lábios de se curvarem.

Eu realmente não achava que ele voltaria. Quero dizer, a vida da Ava está em jogo. Fiquei surpresa o suficiente por ele não ter me pedido para ir ajudá-la.

Não sei se ele teria voltado se eu não estivesse grávida, mas mesmo que tenha feito isso mais pela criança...

Talvez tenhamos uma chance de fazer o casamento dar certo.

Eu não sabia que ele se importava tanto com o bebê. Depois de desligar com a Ava, o idiota me fez mil perguntas sobre a criança. Eu não sabia que alguém poderia ser tão curioso sobre coisas tão simples. Durante todo esse tempo, ele manteve a palma da mão sobre a minha barriga, esperando sentir algum movimento do bebê.

O bebê precisa dormir! Pelo menos eu precisava!

Deixando as outras coisas de lado, o interesse dele pelo bebê é reconfortante. Vejo o esforço dele, e eu—

O que está demorando tanto?

No momento em que percebi que algo estava errado, já tinham se passado minutos desde que ouvi o barulho da fechadura na porta. A porta definitivamente abriu uma vez, depois se fechou. Mas ele não subiu. Ninguém subiu.

Isso pode até ser a melhor parte, porque se for um ladrão...

Assim que essa ideia passa pela minha cabeça, meu corpo se tensiona de medo. Não ouso sequer virar para olhar a porta do meu quarto, sem saber que monstro encontraria. Se eu virar e ver um par de olhos me encarando, eu surtaria!

Mas não posso. Não tenho o luxo de ser fraca! Lembro do meu bebê, e instantaneamente, a preocupação substitui o medo. Eu tenho que fazer alguma coisa!

Me lanço para fora da cama e bato a porta do quarto, girando a fechadura duas vezes antes de correr até a janela e trancá-la também.

Segura, por enquanto.

A única coisa boa é que fiquei no escuro, e eles podem não saber que tem alguém em casa.

Eu me escondo atrás da cortina, só para perceber que deixei meu celular lá embaixo... de propósito... Estava irritada e não queria atender nenhuma ligação do Sebastian.

Não consigo pensar em nada no quarto que possa ser usado como arma.

Cautelosamente, me arrasto na direção do lugar mais próximo, a melhor localização para me esconder de qualquer jeito. A porta mais próxima abre silenciosamente, e, com apenas um olhar, sei que minha chance de encontrar uma arma ali é muito baixa. Eu sei onde tudo está nesta casa, e--

Uma caixa estranha chama minha atenção. Não estava aqui. Não deveria estar aqui. É a minha caixa com todo o meu material de arte, de quando eu fiz arte como matéria principal. Eu tinha esquecido dela quando embalei todas as minhas coisas, porque estava deixada de lado em algum canto escuro do porão. Então, por que ela está aqui?

Será que o Sebastian a colocou aqui?

Por quê?

A caixa está limpa, sem um pedaço de poeira. Alguém a tirou do porão empoeirado, limpou e colocou aqui -- no quarto, onde nada do que está dentro da caixa jamais seria necessário. Abro a enorme caixa e vejo meus utensílios bagunçados, pinturas e algumas esculturas pequenas, tudo cuidadosamente organizado. No canto, estava meu estojo de lápis.

Dentro dele deveria estar um estilete! Por favor, que esteja lá!

Está!

Pego o estilete, sentindo a enorme coragem que sua lâmina fina e não tão afiada me dá. A vida do bebê e a minha agora dependem disso!

Quem quer que tenha colocado isso aqui realmente nos salvou.