Ela Aceitou o Divórcio, Ele Entrou em Pânico romance Capítulo 219

— Então... Você confia mesmo nesse... Silco? — Lilith perguntou a Scar, sem tirar os olhos de Alice, que estava a poucos passos dali, rindo no carrossel que girava lentamente.

Alice passara a maior parte da vida em uma ilha particular, e parques de diversão eram como terras milagrosas para ela. E o sorriso radiante em seu rostinho rechonchudo tornava impossível para Lilith dizer não. Não que ela quisesse, de qualquer forma.

Era a melhor chance de fazer Scar passar um tempo com Alice.

Johnny Vanderbilt queria levar Alice de volta para sua cidade depois que Scar foi preso. Sabendo como Scar se sentia em relação a Damian, Lilith decidiu ajudar Sebastian e levou Alice para se esconder em uma ilha particular que Sebastian tinha registrado com o sobrenome de solteira da avó. Pelo menos assim, Alice teria a chance de crescer ao lado do pai.

No começo, o plano funcionou bem.

Sebastian reduziu seus dias presenciais no escritório para apenas dois, transferindo a maior parte do trabalho para o modo remoto e passando os cinco dias da semana na ilha com elas. Por bastante tempo, Alice acreditou que Lilith era sua mãe, e Lilith não fez muito esforço para corrigir essa ideia. Você não diz a uma criança que a única pessoa próxima que cuida da vida dela não é sua mãe, especialmente quando a verdadeira não está ali para preencher o vazio.

Mas, com o tempo, quando Alice começou a entender melhor as coisas, Sebastian passou a mencionar “a mãe da Alice” para Lilith escutar, sempre de modo que Alice também ouvisse. Logo, o conceito de que Lilith não era sua mãe se tornou mais aceitável para ela, até que, finalmente, a menina perguntou por conta própria. Não foi fácil, mas foi o impacto mais suave possível. Alice chorou no começo, confusa com a ausência da mãe, mas aceitou relativamente bem sob uma condição:

Lilith teria que levá-la para encontrar sua mãe de verdade.

Sebastian não gostou nada da ideia, nem daquele tipo de questionamento. Lilith não sabia se era porque ele não queria trazer o conceito de “prisão” para a vida de Alice ou se era porque ele sabia que perderia a menina caso Scar descobrisse.

Lilith queria acreditar que era pela primeira razão... Mas não teve coragem de arriscar. Scar era, é e sempre seria sua prioridade, caso Lilith tivesse que escolher entre ela ou qualquer outra pessoa.

Foi então que Lilith começou a levantar a guarda contra Sebastian e foi também quando Johnny Vanderbilt entrou em contato.

Ele tinha procurado por Alice sem descanso, e foi Sebastian quem o ajudou a superar a parte mais difícil: conquistar a confiança de Lilith.

Foi Johnny Vanderbilt quem transferiu Scar de volta para a penitenciária estadual da sua cidade e, logo depois, para uma clínica de saúde que ele basicamente comprou para ela, a fim de proporcionar um ambiente mais confortável. Tentou visitá-la uma vez, e nunca mais insistiu depois que ela recusou. Então, Scar nunca soube de nada disso.

Os dois anos foram felizes para Scar e Alice, sim, mas passaram longe de serem fáceis. Por mais que Alice tivesse diminuído a frequência dos surtos de Scar, eles não desapareceram completamente. Os últimos dois anos pareceram uma eternidade até mesmo para Lilith, e ela não conseguia imaginar o inferno sombrio no qual Scar havia estado antes disso.

Scar jamais teria conseguido se curar o suficiente a ponto de estar pronta para voltar à cidade que a havia despedaçado em nome da vingança... Se não fosse por Alice. E Lilith, de fato, achava que agora que elas estavam oficialmente de volta à cidade com Alice, e Scar estava muito melhor, talvez estivessem perto de contar a verdade para Scar.

Mas Scar voltou com aquele homem.

Silco.

Ninguém parecia saber sua identidade, nem mesmo Johnny Vanderbilt o homem que Lilith acreditava ser rico e poderoso o suficiente para conseguir qualquer coisa.

Ela não sabe ao certo se é seguro expor Alice diante daquele homem. Sente um pressentimento ruim sobre ele... Por razões que não sabe explicar.