Ela Aceitou o Divórcio, Ele Entrou em Pânico romance Capítulo 22

POV do Sebastian

Nunca vi a Scar tão feliz, com sua risada chegando aos olhos... quando ela saiu com suas amigas.

Ela nunca ri comigo, só sorri para mim - ela costumava sorrir para mim, mas não mais. Não há meses. Mas mesmo antes, quando sorria, era diferente da risada que ela tinha com as amigas. O sorriso para mim era sempre tímido e contido, como um cachorro com medo de ser machucado, mas também desesperadamente querendo agradar as pessoas por comida.

Ela não estava feliz comigo. Eu me certifiquei disso.

Eu achava que estava apenas "não a amando". Eu não amava. Eu não amo! E por causa disso, nunca me importei se estava machucando ela. Ela forçou minha mão, e eu usei isso para justificar tudo.

Os últimos três dias foram realmente difíceis para mim.

Eu não conseguia parar de pensar na acusação de Scar, sobre o quanto a temos tratado mal. Eu me sentia enjoado de mim mesmo toda vez que pensava na frase "recipiente de sangue". Eu ficava vasculhando minha memória em busca de pistas para justificar minhas ações. Talvez ela merecesse, talvez ela tenha trazido isso para si mesma, talvez as coisas não precisassem ser assim.

Eu não encontrei nada.

Ela tem ciúmes de Ava, mas nunca machucou Ava de propósito. Até o "acidente do corte de papel" foi apenas um acidente. Ela queria a atenção de todos, e nós a punimos por isso, dando-lhe ainda menos.

Eu costumava conseguir justificar isso, mas esqueci como. No começo, entendíamos. Ela era a saudável, então, claro, ela tinha ciúmes de Ava, que era a boneca frágil de porcelana que exigia atenção constante. Depois de um tempo, nos cansamos de ciúmes dela, e começamos a odiá-la por isso.

Mas ela nunca obteve o que merecia ter desde o início. Nós simplesmente decidimos por conta própria que ela deveria superar o que lhe foi negado.

Agora, ela superou.

Agora, ela não quer mais nossa atenção. Eu podia sentir isso.

Ela costumava perceber quando eu me vestia com uma camiseta idêntica, mas hoje, quando forcei ela a me olhar, ela nem viu o corte no meu lábio.

Ela já não me vê mais.

Eu queria isso. Eu quero isso! Mas por que isso dói tanto, quando tudo o que ela fez foi parar de prestar atenção em mim? É assim que ela se sentiu o tempo todo? Existindo, mas ignorada?

— Vá se foder!

Gabriel espanta sua gangue, que tem dificuldade em não rir dele. Eles rapidamente limpam o espaço para nós. Eu olho para ele esfregando o ombro com uma expressão de dor, me perguntando se ele também se sentiria incomodado se estivesse lá três dias atrás.

— Por que você é tão ruim com a Scar?

Eu digo para Gabriel.

— O quê?!

Gabriel franze as sobrancelhas, tendo dificuldade em entender minha pergunta.

Naturalmente. Era uma pergunta que eu não sabia que algum dia eu faria para ele.

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