Ela Aceitou o Divórcio, Ele Entrou em Pânico romance Capítulo 243

Eu peguei o colar da minha mãe. Mesmo depois de completar o processo no escritório após o leilão, ainda parece irreal. A aparição de Anna Fuller foi inesperada, mas o que realmente me surpreendeu foi o fato de Johnny Vanderbilt ter desistido do colar tão facilmente, quando eu falei o meu preço.

Eu não posso levar o colar agora, não até o banco processar o negócio. Mas já tenho todos os papéis que os Fuller forneceram para atestar a autenticidade. Finalmente, o primeiro passo da minha vingança está em minhas mãos. O plano é pegar os papéis e enviá-los para a prisão.

Silco vai congelar o cartão depois que eu receber o colar, me dando exatamente três dias para provar que os Fuller são culpados de falsificar os documentos. Eu quero o colar da minha mãe, mas não tenho a intenção de tornar essa família de sanguessugas ainda mais rica, comprando algo que originalmente me pertence.

São eles que devem pagar.

— Então... — Viro-me para Damian, sentindo-me um pouco desconfortável. Fui realmente cruel com ele desde que o conheci, e ainda assim ele veio me ajudar hoje sem hesitar. Seria mentira dizer que não fiquei tocada.

Eu só estou... um pouco alérgica ao conceito de “família” no momento.

— Fico realmente feliz que você tenha me chamado hoje. — Damian completa a frase que eu não consegui terminar, seus olhos suaves com um brilho genuíno. — A mamãe queria que você ficasse com o colar dela, eu sei disso.

— Eu...

Ele acha que tudo isso é sobre pegar o colar da minha mãe. Não é certo usá-lo assim. Olhando nos seus olhos felizes, não consegui dizer uma palavra.

— Desculpa! — Ele parece desapontado quando o celular toca. Na verdade, fico grata, pois eu também não teria conseguido continuar.

Ele olha para o celular antes de desligar.

— Você... Você pode atender! — Tento desviar da conversa desconfortável. — Pode ser importante!

— Não tem problema. — Ele acena com a mão, como se fosse algo trivial. — Eles vão ligar de novo se for.

Estou tão acostumada a ser tratada com malícia que até esqueci como lidar com a bondade.

Enterrada no meu inferno sombrio, eu costumava pensar que os primeiros vinte anos da minha vida foram tão difíceis apenas porque eu tentei ser boa. Porque me importava demais com os outros. Achava que seria fácil se eu simplesmente me tornasse má. Pensava que, se eu conseguisse cortar meu coração e não amar ninguém, então não haveria dor, como antes.

Mas não é bem assim.

Ao ver o sorriso dele para mim, tudo o que consegui pensar foi na decepção que substituiria aquele sorriso gentil, caso ele descobrisse minha verdadeira intenção, e percebi que essa ideia me aterrorizava. Eu não quero que isso aconteça, mas não ouso confiar em ninguém para minha vingança, não depois de tanto.