Depois que Scar saiu do quarto, os dois homens se encararam por um longo tempo. No fim, Silco soltou uma risada leve para quebrar o silêncio.
— Você tem coragem, garoto. — Ele puxou uma cadeira e encostou a bengala na cama, mantendo-a firme com a ponta reluzente do sapato.
— Você não é exatamente intimidante. — Retrucou Sebastian.
Silco riu, mas seus olhos estavam frios como gelo:
— Porque eu não deixei que eles te espancassem até a morte? Admito, essa ideia me passou pela cabeça. Mas acho que a velhice amolece até a alma mais endurecida.
Dessa vez, até Sebastian ergueu as sobrancelhas, surpreso. Aquele homem acabara de admitir o crime? Bem ali, na enfermaria do hospital?! Para ele, a vítima?! Sentiu-se mais desafiado do que indignado. Aquele homem achava mesmo que ele não seria capaz de alcançá-lo? O que lhe dava tanta confiança?
Os olhos de Sebastian pousaram na bengala, quase apontada em sua direção. A não ser que aquilo fosse uma arma.
— Infelizmente não. — Silco vinha observando Sebastian com atenção e uma pitada de curiosidade. — Você realmente achou que eu invadiria um quarto só para cometer um assassinato?
Sebastian bufou, frio:
— Eu adoraria ver você TENTAR.
Silco curvou os lábios num sorriso enviesado:
— Não com o Romeu por quem a minha princesa está apaixonada.
Sebastian abriu a boca, mas percebeu que não tinha resposta. Quis dizer que Scar já não sentia mais nada por ele, mas... pra quê? Gostava de ouvir aquilo, mesmo que fosse mentira.
— Não tem nenhuma pergunta pra me fazer? — Provocou Silco, com um brilho de interesse no olhar.
— Sim, uma. — Sebastian se ajeitou na cama. — Você veio aqui pra me implorar que eu não conte para Scar que foi você quem armou tudo?
Silco riu.
— Na verdade, eu já sei a resposta dessa. — Sebastian bufou novamente. — Talvez a minha pergunta seja, por que você acha que eu cederia ao seu pedido?
— Não sei. — Silco deu de ombros, com indiferença, balançando a mão como quem espanta um pensamento qualquer. — Talvez porque você ainda não gritou por ajuda, o que me faz pensar que eu ainda tenho uma chance de negociar?
— Esquece. — Sebastian se recostou na cama, aumentando a dose de morfina para ficar mais confortável. — Eu não vou deixar alguém perigoso como você perto dela. Aproveite seus últimos momentos de paz, antes que ela enxergue quem você realmente é.
— Você sabe quem eu sou?
— Eu posso descobrir.
— Você é um estraga-prazeres. — Silco deu uma risada abafada, balançando a cabeça. — Bem, já que não vai perguntar... Na verdade, estou aqui para te conhecer oficialmente. E para te dar uma chance de implorar.
— Conte uma palavra sequer à Scar sobre qualquer coisa disso. — Inclusive sobre a sua suspeita desse sequestro e então...
— E então o quê? — Rosnou Sebastian, desafiador.
— Então será o FUNERAL DELA. — Silco sorriu friamente, o olhar como punhais cravando Sebastian no lugar. — Isso significaria o seu também.
— Se você ousar machucar ela...
— Quem vai machucar ela não serei eu. Será você. — Silco falou com a expressão endurecida antes de pegar a bengala e se dirigir à porta.
— O que você quer dizer com isso?! — Sebastian gritou atrás dele. Jogou o lençol de lado e tentou sair da cama, arrancando sem querer a agulha do braço.
— É isso.
— Isso o quê?! — A voz de Sebastian transbordava fúria diante do tom provocativo do outro.
Silco abriu um sorriso largo, parando com uma das mãos no trinco:
— Essa é a sua chance de me implorar... pela verdade.
Maldito seja!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ela Aceitou o Divórcio, Ele Entrou em Pânico
Alguém sabe dizer o que aconteceu com a autora? Pra ela ter abandonado o livro assim? Um livro tão legal de se ler...
Porque os capítulos deste livro estão bloqueados?...
De novo moedas pra desbloquear. Vai ser todo o livro assim?...
Como assim, tem que comprar moedas pra continuar lendo?...