Ela Aceitou o Divórcio, Ele Entrou em Pânico romance Capítulo 267

Essa era a única opção plausível.

Ele não fazia ideia de quem era Silco, e arriscou esse palpite no escuro por um único motivo: não sentia nenhuma hostilidade dele contra Scar. Silco ESTAVA por trás de coisas sujas, sim, mas não era para machucar ELA. O único alvo daquele espetáculo era ele.

Silco mandou os homens para sequestrá-la, mas a batida acertou só o canto dianteiro esquerdo do carro de Scar, enquanto ela estava no banco de trás do lado direito, o lugar mais seguro, aquele que causaria menos danos. Eles a mantiveram presa, mas ninguém sequer encostou uma faca nela. Não até ele invadir o lugar. Eles os perseguiram com tacos e outras armas, mas Scar saiu de tudo isso sem um arranhão.

Eles poderiam facilmente ter rachado o crânio dele quando ele tentou proteger a porta com o próprio corpo.

Mesmo que tudo fosse apenas uma encenação, foi feito com um cuidado impressionante. A motivação dele não era ódio por Jack Fuller, mas preocupação com Scar. Durante todo esse tempo, o homem evitou apenas uma das suas perguntas: por que estava ajudando Scar?

E por quê, afinal? Não havia outra explicação possível.

Para sua surpresa, a pergunta de Sebastian fez o homem rir.

— Aquele canalha que matou a esposa e abandonou a filha? — Silco respondeu sem um pingo de pânico na voz. Pensando por um instante, ele perguntou: — Você sabe por que a Scar usa o sobrenome Green?

— É o sobrenome da mãe dela, antes de adotar o do marido.

— Correto... Só no nível mais superficial. — Silco bufou. — Sabe de qual família Green a Emma vem?

Emma. Ele chamou a mãe de Scar de Emma! Ele a conhecia! Sebastian percebeu isso na hora, sem demonstrar.

— Na verdade, não.

— Sabe, sim. — Silco sorriu com um brilho enigmático, esperando.

— Juro que não. — Sebastian de repente ficou sem ar. — A FAMÍLIA Green?! A família mais rica do país, com influência em absolutamente todos os setores do mercado?! Não pode ser!

— Pode, sim. — Silco respondeu com um sorriso frio e cruel no rosto, assentindo. — A família Green, que deserdou sua princesinha porque ela decidiu se casar com um qualquer. Bom, um qualquer para os Greens. Vanderbilt não sabia disso porque a princesinha dos Green escondeu bem sua identidade. Ela nem estava tentando esconder do marido. Só não gostava do peso do próprio sobrenome.

— O engraçado é que Anna Gabrielson fez a mesma coisa. — Bom, mais ou menos a mesma. Também foi deserdada. A família dela queria casá-la com um Vanderbilt, mas naquela época...

O homem subitamente interrompeu sua história.

— Naquela época...? — Sebastian o instigou.

Será que a ausência de resposta era, por si só, uma resposta suficiente? Algo que justificasse confiar Scar a esse homem?

— Parece que você entendeu errado achando que tem escolha nisso. — A voz de Silco ficou gélida. — Eu não preciso de você nesse jogo. Na verdade, eu NÃO QUERO você nele. Se dependesse de mim, você já teria morrido mil vezes antes de sequer chegar perto da Scar de novo. Estou aqui pra te contar as regras pra permanecer no jogo.

— Quais são as regras?

— Alice é o fio tênue que segura a sanidade da Scar, e ela vai continuar sendo filha da Lilith até que a Scar consiga desenvolver conexões saudáveis com outras pessoas. — O homem disse com simplicidade. — E pare de fuçar a equipe médica da Scar. Eles estão protegendo os segredos dela de pessoas perigosas, não só de você.

— A Scar não pode ter uma conexão saudável com pessoas baseando-se tudo em mentiras. — Sebastian rebateu, e acrescentou ao ver Silco franzir a testa: — Eu vou obedecer às suas regras, por enquanto. Mas já aviso, não minta pra Scar. Ou vai se arrepender.

— Como você se arrependeu? — Silco resmungou friamente, saindo da sala.

Muito tempo depois da saída de Silco, o silêncio ainda reinava no ambiente, até ser quebrado por um suspiro e um murmúrio vindo do homem.

É... Como eu me arrependi.