Ela Aceitou o Divórcio, Ele Entrou em Pânico romance Capítulo 47

Ponto de Vista de Damian

Estou procurando minha irmã.

Ela se perdeu há vinte anos, e desde então venho procurando por ela.

Tudo o que eu sabia era que ela desapareceu na Dakota do Norte. Quer dizer, foi lá que encontramos o corpo da mamãe. Minha irmãzinha não estava com ela. A polícia declarou sua morte anos atrás, dizendo que talvez um animal a tivesse devorado. Que justificativa mais absurda para dar a uma família em luto.

Supliquei para que não desistissem, mas encerraram o caso mesmo assim. Até quis processá-los, mas papai não deixou. Eles não eram os culpados.

Eu era.

E não conseguia viver com isso.

Foi por isso que me tornei advogado.

Vi de perto o lado mais sombrio da humanidade e queria ser capaz de fazer algo quando injustiças como essa acontecessem, comigo ou com qualquer um.

Além disso, um escritório de advocacia é a melhor fachada para conduzir investigações. Me formei cedo, apressando meus estudos o máximo que pude para dar início ao meu plano. Vasculhei todo o estado da Dakota do Norte atrás da minha irmã.

E depois outros três estados.

Este é meu quarto destino.

Sempre mantenho no carro o modelo mais novo de um vestido luxuoso, imaginando que, no dia em que encontrasse minha irmã, eu teria um presente à mão para animá-la antes de levá-la para casa. Em minha mente, esse vestido pertence a ela, e nunca dei nenhum deles a ninguém. Ainda tenho um armário cheio de vestidos em casa, todos escolhidos para ela... embora eu nem saiba se ainda serviriam nela.

Até que vi a pequena gatinha fofa.

Ela era diferente de qualquer mulher que eu já havia visto. E eu já tinha visto muitas.

Sendo advogado, eu cruzava com todo tipo de gente. E já tinha enxergado todo tipo de podridão nos olhos das pessoas: mentiras, ganância, ódio, raiva. Mas as duas coisas que mais via eram arrogância e autocomiseração, ambas geradas pela riqueza. Bom, uma delas por não tê-la.

Mas ela não tinha nada disso.

Seus olhos eram os mais puros que eu havia visto em anos. Não havia raiva quando foi rejeitada na entrada de um local por ser quem era, nem ressentimento quando suas amigas pareciam colocá-la naquela situação constrangedora. Ela chegou empolgada para encontrá-las, mas a primeira coisa que fez foi compreender a situação e tentar facilitar para as amigas quando surgiu um problema.

Naquele momento, seu rostinho castanho parecia um pedaço delicioso de chocolate, e até o cabelo cacheado parecia ainda mais fofo, saltitando levemente. Tudo o que consegui pensar foi que ela merecia aquele vestido, então fiz algo que nunca tinha feito antes—

Dei em cima de uma garota.

— Está tudo bem. — Interrompi. Não queria ouvir que era caro demais, nem que ela tentava me devolver. — Se você realmente quiser me retribuir...

Então, posso ter seu número? É assim que as pessoas fazem?

— Sim, claro! — Ela assentiu, os olhos brilhando de surpresa e empolgação. — Talvez eu não consiga juntar esse dinheiro tão cedo, mas vou pagar, com certeza! Daqui a dez anos, quem sabe?

Não consegui evitar soltar uma risada.

— Então, posso ter seu número? — Ela me entregou o celular, claramente satisfeita com o quão bem "seu plano" estava funcionando. Quem, em sã consciência, prometeria dez anos da própria vida a um estranho que praticamente a forçou a aceitar um vestido que ela ela nem queria?!

Reprimi um sorriso e peguei o celular, ligando para o meu próprio número.

— Muito ambiciosa da sua parte. Trezentos mil em dez anos, sendo que você parece... ainda estar na faculdade?

— Faculdade de Direito. mas talvez eu consig — Ela confirmou, me lançando um sorriso travesso. — Então sim, estou bem confiante de que consigo pagar. Talvez até antes do que você imagina.

Não sei quanto a isso, mas talvez eu consiga prender essa gatinha fofa antes do que pensei...

— Me diga... Conhece um novo escritório de advocacia na cidade? Green & Vanderbilt? — Peguei um cartão do bolso e entreguei a ela. — Sou sócio lá. Se você realmente quer me pagar em dez anos... que tal vir estagiar conosco?