Ela Aceitou o Divórcio, Ele Entrou em Pânico romance Capítulo 72

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Ponto de Vista de Sebastian

Jim pegou a espingarda. Ao ouvir as palavras de Justin, ele trocou um olhar comigo no retrovisor, com uma expressão inexplicável. Era um olhar misturado com confusão, surpresa e condenação.

Condenação pelo fato de que a história que eu lhe contei estava obviamente tendenciosa. Eu lhe falei o que ouvi de Justin, e como confiei nele, achei que aquilo fosse a verdade. Esqueci como as pessoas podem cometer erros, mesmo quando agem de boa fé. Não acho que Justin tenha mentido para mim, mas acho que ele não contou toda a história porque...

Ele não sabia a verdade toda.

Justin me olhou diretamente nos olhos, e eu vi uma criança perdida, chorando por ajuda com a desesperança nas lágrimas que se formavam ali.

— Justin, me conta o que aconteceu. — Usando um tom firme, mas suave, eu peguei a parte de trás do seu pescoço e comecei a massageá-lo, como fazia com meu irmão mais novo. — Você pode me contar. Eu estou aqui para você.

— Eu não sei...! — No momento, em que abriu a boca, ele explodiu em um desabafo histérico. — Eu estou tão maldito cansado! Eu não sei o que fazer! Tudo o que eu faço é horrível, machuca ela, tá errado! Eu a negligencio se trabalho, e sou pegajoso demais quando passo tempo com ela! Só posso maldito dar dinheiro pra ela e nem posso perguntar o que ela tá fazendo com isso! Ela se transformou nessa maldita, fria, manipuladora! Eu não reconheço a garota que cuidou de mim durante minha cirurgia de olho de jeito nenhum! Eu...

O quê?

— Eu quero um maldito divórcio! — Ele se joga de volta no banco, cobrindo os olhos com o braço. Suas orelhas, na verdade, seu rosto e pescoço todo estão vermelhos enquanto tenta engolir o soluço.

Eu não saberia que ele estava tão acabado se não tivesse vindo hoje.

— Se é isso o que você quer, então... — Comecei, mas ele me cortou.

— Não, eu não posso... — Justin balança de um lado para o outro, voltando a ficar histérico. — Eu não posso... Eu prometi a ela... Eu devo a ela...

— Seja o que for que você deva a ela, eu pago por isso. — Dou-lhe uma tapinha nas costas. — O que quer que seja, você não precisa pagar com a sua vida!

É muito difícil ver um jovem talentoso sendo atormentado até perder a forma. Eu o assinei por causa do seu amor puro pela atuação. Não importava o quão pequeno fosse o papel, ele dava tudo de si e tornava tudo memorável. Eu não vejo mais aquele garoto ensolarado. Só vejo um homem velho preso no corpo fisicamente jovem.