Ela é a protegida do CEO romance Capítulo 1

P.V. Layla Barrett

Olhei os meus pais indo de um lado para o outro em uma conversa entre si. Trabalho e mais trabalho, às vezes me pergunto se eles param alguma hora no dia para se abraçar ou se beijar. É nesses momentos que eu me sinto invisível perto deles. Quase sempre. É a hora do café da manhã e eles não se dão ao trabalho de sentar e comer.

– Você ligou para aquele fornecedor que te pedi ontem?

– Eu sou uma pessoa só, Cecília. – Meu pai esbraveja. – Tem uma reunião agora cedo. Passei a noite de ontem toda planejando cada detalhe.

– Uma ligação, Fernando. – Cecília fala irritada e começa a digitar alguma coisa no seu celular. – Você só precisa fazer uma ligação.

Meu pai diz alguma coisa que eu não consigo entender. Como mais um pedaço do meu pão olhando eles discutindo.

– Uma ligação que você pode fazer facilmente, querida.

Se um olhar pudesse matar, meu pai não teria chance de dizer as últimas palavras. Sorri. Infelizmente a minha ação acabou chamando a atenção deles.

– Por que está sorrindo, mocinha? – Cecília coloca suas mãos na cintura e me olha. – Sabe que já deveria estar trabalhando conosco, não é?

Como se eu já não tivesse me oferecido.

– Eu estou pronta para ajudar…

– Esquece, Cecília. – Fernando entra na conversa e me olha uma vez e outra ainda com seu celular em mãos. Será que eu posso jogar o celular desses dois longe e não serei punida como uma menininha de 10 anos? – Uma coisa que essa garota gosta é de perder o tempo dela.

– Não é bem assim. – Me sinto ofendida.

Bebi meu suco, sentindo a minha garganta seca de repente.

– Tenho que concordar com seu pai, Layla. Tempo é dinheiro minha filha e eu só estou vendo você perder anos de sua vida. – Ela suspira fazendo uma leve massagem em sua testa. – Não vamos estar aqui para sempre Layla. Daqui a pouco o único jeito será casar você com um homem rico.

Fernando me olha por cima dos seus óculos de leitura e nega com a cabeça.

– Com essas roupas? Temos outro problema aí.

Minha mãe me olha e seu olhar me magoa. Evito olhar para eles deixando o meu copo de lado.

– Sinceramente, onde erramos com você?

Eu ri. Sério! Eu ri como se eles tivesse contado a melhor piada do mundo, ambos me olharam sem entender.

– Quer saber mesmo onde vocês erraram? – bato com o dedo indicador algumas vezes em meu queixo e finjo pensar. – Porque sinceramente eu tenho uma lista do que seria pais perfeitos e vocês não estão nela.

– Layla Barrett! – Cecília me olhou indignada.

– Te demos tudo, garota! Tenha respeito. – Fernando agora deixa o celular dele de vez. – A comida que você come, as roupas que você veste, aquela faculdade…

– Isso! – Apontei o dedo na direção dele e sorrir. – Chegamos no ponto principal. Aquela faculdade do qual eu entrei e conquistei o meu espaço sozinha. O dinheiro de vocês não está sendo desperdiçado como vocês pensam que está. Porque vocês não precisam pagar ninguém para me passar. – Comecei a me estressar. – Se parasse um pouquinho para prestar atenção na filha de vocês saberiam que ela é uma das melhores alunas daquela m*****a faculdade, senhores Barrett.

Me levanto empurrando a cadeira para trás. Peguei a minha bolsa que estava na cadeira ao lado e queria ir embora dali sem olhar para trás, mas deixei a raiva me dominar. Preciso colocar aquelas palavras para fora. Olhei para eles e não deixei o sentimento de tristeza se fazer presente.

– Foi nisso que vocês erraram. – Olhei para o meu pai e depois para minha mãe. Não sei se eles estão surpresos com a minha reação. – Focar tanto no trabalho, nas suas viagens que não viram que a filha de vocês cresceu e se tornou independente bem debaixo dos seus olhos.

Eu trabalho de freelancer e consigo tirar um bom dinheiro com meu trabalho, talvez não suficiente para sustentar a vida que eu levo agora. Mas falta pouco para isso, infelizmente não posso entrar em detalhes com os meus pais. Será motivo para mais briga. E eu estou tão cansada disso tudo. Tenho a opção de ir embora, meus avós me deram um apartamento quando eu completei 18 anos. Mas fico aqui me frustrando com eles na esperança das coisas melhorarem.

[…]

Desço do carro fechando a porta do mesmo e me viro olhando para o grande prédio a minha frente. Ouço o carro ganhando vida e indo embora, segurando a alça da minha bolsa de lado, suspirei. Mais um dia nesse campus. É muito ruim pensar que só faltam alguns meses e poderei dar adeus para esse lugar?

Bem, eu acho muito legal.

Acredito que para alguns nem tanto já que perderam seus privilégios como a Perry Willis Nesse exato momento resolveu parar na minha frente impedindo de continuar a andar até a minha sala. Ah, como ficarei feliz de me livrar dela. Essa é com certeza um dos motivos para eu querer que essa faculdade termine logo.

Perry me olha de cima a baixo aquele olhar superior que aturei durante esses anos.

– Oi, Layla. – Perry sorri para mim.

Ergui uma sobrancelha.

– Oi.

– Não me olha assim, querida. – Ela se aproxima de mim e dar dois beijinhos em meu rosto.

Me afastei de imediato.

– Você voltou a usar drogas?!

– Layla! – Ela olhou nervosa para os lados. – Eu não sei de onde você tirou isso.

Perry organizava a maioria das festas do campus e ouvir boatos sobre ela liberar drogas nessas festas. Quantos desses que nunca chegaram ao nosso superior ou como sempre seu tio a protegeu. Não me importo com isso, mas Perry está agindo bem estranha comigo nesse exato momento. Ela olhou por cima do meu ombro e sorriu, ao fazer um aceno de cabeça olhei na mesma direção vendo um grupo de engravatados passeando pelo campus.

– Ah, agora eu entendi. – Ajeitei a minha bolsa no meu ombro. – Está tentando impressionar aqueles engravatados.

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