Entrar Via

Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 13

Depois de jantar com os colegas, Marília pegou um táxi para voltar para casa. O carro parou no meio do trânsito quando o semáforo fechou no cruzamento. Marília pegou o celular para olhar as horas, quando ele começou a vibrar.

Era uma ligação.

Ao ver o nome "Rômulo", Marília hesitou. Não queria atender.

Mas, se lembrando do que Selma dissera mais cedo, acabou clicando em "atender". Sua voz soou fria:

— Qual é o assunto?

— Você precisa vir para o Espaço Palmeiras! — Marília estava prestes a recusar, mas Rômulo continuou do outro lado com urgência. — A Zélia acabou de me ligar, perguntando onde o Anselmo está. Eu passei o endereço para ela, e ela deve chegar a qualquer momento. Estou com medo de que ela faça alguma confusão!

— Já estou indo!

Nesse momento, o semáforo abriu, e Marília pediu ao motorista que virasse ali mesmo, no cruzamento.

...

Ainda bem que o Espaço Palmeiras não ficava longe. Cerca de dez minutos depois, o táxi parou em frente à entrada do clube.

O Espaço Palmeiras era um clube de alto padrão em Serenópolis e o ponto de encontro onde Anselmo e seus amigos sempre se reuniam. Qualquer festa ou evento organizado por eles acontecia ali. O aniversário de Marília, alguns dias antes, também havia sido celebrado lá.

Marília era uma frequentadora assídua do clube, e todos a conheciam bem.

Quando chegou ao segundo andar, ela foi direto ao camarote. Já na porta, ouviu o som de algo se quebrando lá dentro. Seu coração deu um salto. Imediatamente, segurou a maçaneta e empurrou a porta.

— Zélia!

Marília avançou rapidamente e tirou a garrafa de vinho que Zélia segurava no alto.

Rômulo e Teodoro suspiraram aliviados ao vê-la.

— Mimi, o que você está fazendo aqui? Foi algum desses dois idiotas que te chamou?

Zélia lançou um olhar de reprovação para Rômulo e Teodoro.

Teodoro imediatamente negou:

— Não fui eu!

— Então foi você! — Zélia fixou os olhos furiosos em Rômulo.

Rômulo soltou uma risada nervosa e, meio culpado, disse:

— Eu só não queria que você quebrasse tudo aqui! Se isso virar um escândalo, a reputação da Mimi também será prejudicada. Não acha?

— Prejudicada? O culpado é esse canalha do Anselmo, que traiu e enganou a Mimi! Foi ele quem errou com ela...

— Zélia, não pense que só porque o seu irmão é o Adalberto eu não tenho coragem de enfrentá-la!

Anselmo a interrompeu bruscamente, com a voz cheia de rancor.

Marília percebeu que ele estava encharcado de vinho. O líquido vermelho-escuro, com um tom puxado para o roxo, escorria pelo rosto e pela roupa dele, pingando no chão. Anselmo, completamente desarrumado, parecia muito distante da imagem do "príncipe elegante" que costumava exibir.

— O quê? Vai me bater agora? Vamos lá! Bate! Quem tem medo de você? Hoje eu vou dar uma lição nesse canalha por tudo o que ele fez à Mimi!

Zélia arregaçou as mangas, pronta para partir para cima dele.

Marília se apressou a segurá-la:

— Zélia, vamos embora, por favor! Eu preciso falar com você!

— Só depois de dar uma lição nesse idiota!

Todos no camarote olhavam na direção deles.

Anselmo, com o rosto sombrio, encarava Zélia, claramente irritado com a cena. Ele então se virou para Marília e, com a voz gelada, disparou:

— Você não acha que já chega?

Marília mordeu os lábios, prestes a responder, mas foi interrompida.

— Com que direito você fala assim com a Mimi? — Zélia tentou avançar de novo, mas Marília a segurou firme. — Mimi, me solta! Eu estou aqui para te defender...

— Defender? — Anselmo soltou uma risada fria, afrouxou o botão do colarinho, visivelmente furioso. — Marília, o que foi que eu te fiz? Todos esses anos você viveu às custas da família Pereira! Se não fosse por mim, o que você seria agora?

O rosto de Marília ficou pálido.

— Sim, eu tive um relacionamento com você. Mas isso significa que sou obrigado a ficar com você para sempre? Até casais casados podem se divorciar. Eu nem sequer dormi com você, então com que direito você me chama de canalha? Agora eu entendo o que o tio Leovigildo sentiu naquela época. Você é igualzinha à sua mãe. Ter cruzado o caminho de vocês foi a maior desgraça da minha vida...

Plaft!

Um tapa forte acertou o rosto de Anselmo.

A palma da mão de Marília estava dormente de tanto que doía, mas ela não sentia. Todo o sangue de seu corpo parecia ter subido para a cabeça, seu corpo tremia de raiva, e as lágrimas caíam sem controle:

— Anselmo, você ainda se considera humano ao dizer essas coisas?

— Anselmo, seu desgraçado! Você sabe muito bem como a mãe da Mimi faleceu, e ainda assim tem a coragem de dizer algo tão cruel, ferindo diretamente o coração dela? Você realmente não vale nada!

Os lábios finos de Anselmo se comprimiram em uma linha reta.

Zélia pegou novamente a garrafa de vinho e tentou arremessá-la.

Rômulo e Teodoro correram para contê-la.

Zélia ainda queria falar algo, mas Marília sorriu e disse:

— Eu também estou com um pouco de fome. Vamos comer algo primeiro e depois conversamos.

Zélia assentiu.

Marília colocou legumes junto com o espaguete e fritou dois ovos. A refeição ficou bem farta.

Os ovos estavam com a gema mole, do jeito que Zélia mais gostava.

— Por que colocou todos os ovos no meu prato?

— Eu comi um banquete enorme com a Dalva e as outras hoje à noite. Agora só quero algo rico em fibras para ajudar na digestão.

Zélia hesitou por um momento.

Olhando para a expressão de suspeita da amiga, Marília ficou quieta.

Depois de terminarem de comer, Zélia insistiu, e Marília contou tudo sobre o que aconteceu no dia do seu aniversário.

Zélia, indignada, voltou a xingar aqueles dois canalhas.

Marília, por outro lado, estava de bom humor naquela noite, já que havia conseguido ganhar alguns milhares recentemente. Além disso, os eventos do aniversário já tinham ocorrido há alguns dias, e ela estava mais tranquila em relação a isso.

As duas conversaram até as dez horas. Antes de ir para o quarto, Zélia pegou um presente que havia comprado para Marília e entregou a ela.

Depois de tomar banho, Marília se sentou na cama e abriu o presente. Dentro havia um par de brincos de franjas muito bonitos. Era um modelo que estava fazendo sucesso recentemente da marca Encanto Perfeito, parte de uma coleção cápsula versátil. Os brincos podiam ser usados de várias formas, com pinos de diamante, pérolas ou de maneira simples, o que os tornava muito práticos.

Ela se lembrou de ter mencionado casualmente para Zélia que achava o designer da marca muito criativo.

Mas não esperava que Zélia realmente comprasse os brincos para ela.

Marília os experimentou e tirou uma foto com o celular, enviando a imagem pelo WhatsApp.

[Adorei o presente. Muito obrigada.]

Zélia respondeu rapidamente com um emoji de felicidade.

Sem querer atrapalhar o descanso da amiga, Marília colocou o celular de lado, retirou os brincos e os guardou de volta na caixa. Quando estava prestes a apagar a luz e dormir, se lembrou de algo e pegou o celular novamente.

Já eram onze horas, e ela não queria incomodar ninguém àquela hora. Mas a ansiedade por causa da sexta-feira daquela semana a deixava inquieta.

Ela abriu as redes sociais e viu que Diógenes tinha postado uma foto há dez minutos, mostrando que estava de plantão no hospital.

Mesmo assim, Marília decidiu enviar uma mensagem para ele.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago