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Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 15

— Estupro? — Leandro arqueou as sobrancelhas, olhando para ela friamente.

Marília, sem mostrar vergonha ou hesitação, assentiu com a cabeça:

— Eu estava bêbada naquele dia, sem plena consciência, e ter relações com uma mulher nesse estado é estupro. Isso é um conhecimento básico de direito, Dr. Leandro, o senhor não sabe disso?

O rosto de Leandro ficou sombrio, sua mandíbula se contraiu, e, após um momento de silêncio, ele disse de repente:

— Você pode me denunciar.

Marília não esperava que ele fosse tão descarado, se recusando a dar a ela uma saída digna. Esse hipócrita com certeza estava contando que ela não teria coragem de levar o caso adiante!

Ela já havia se conformado com o que tinha acontecido naquela noite, mas, vendo agora a atitude de Leandro, como se ele fosse imune a qualquer constrangimento, ficou furiosa:

— Leandro, pare de fingir que é tão íntegro, como se ter algo a ver comigo fosse um fardo insuportável para você. É óbvio que você se sentiu atraído por mim! Embora eu não me lembre de tudo o que aconteceu naquela noite, ainda estava consciente quando você me segurou e me beijou!

Leandro olhou para ela impassível, sem demonstrar nenhuma mudança em sua expressão.

Marília sentiu um vazio no coração, mas continuou:

— Você gosta da comida que eu faço. Sou capaz de satisfazer tanto o seu estômago, quanto o seu corpo. Uma namorada perfeita como eu, onde mais você vai encontrar? Você já não é tão jovem, Leandro, nunca pensou em me dar uma chance?

— Marília, você não tem vergonha?

— Homens podem cortejar mulheres, mas por que uma mulher perseguir um homem deveria ser vergonhoso?

Marília levantou o queixo, indignada, o encarando.

Sob o cabelo curto e preto perfeitamente penteado, o rosto dele era impecavelmente bonito, austero e frio. Os óculos de armação dourada que usava lhe davam um ar de intelectual, mas também uma pitada de canalha refinado.

Era evidente que um homem como ele seria difícil de dominar.

Mas Marília não se preocupava com isso agora. Ela só queria transformar Leandro em seu namorado o mais rápido possível, para provar a todos que ela, Marília, não dependia de Anselmo, que poderia encontrar alguém ainda melhor.

Leandro olhou para a teimosia nos olhos dela, franziu as sobrancelhas, e, nesse exato momento, se ouviu uma batida na porta. A voz de Serafina veio do lado de fora:

— Posso entrar?

Assim que a mulher terminou de falar, a porta foi aberta.

Marília teve que engolir sua irritação por ora.

Quando Serafina viu que só havia os dois na sala, ignorou Marília e sorriu para Leandro ao perguntar:

— Já terminou?

Leandro assentiu:

— Vamos.

Ele passou por Marília sem hesitar, seus passos longos e elegantes não diminuíram nem por um segundo.

Marília observou Leandro sair com outra mulher, desaparecendo de sua vista.

Seu coração estava cheio de raiva. Ela achava que finalmente havia feito algum progresso. Logo pela manhã, fora ao mercado comprar os ingredientes e passou duas horas cozinhando, mas, no final, ele ainda a tratava com aquele rosto frio.

Ele nem sequer pensou no esforço que ela fez para preparar aquela refeição!

Marília pegou os pratos que havia preparado e saiu.

Lá fora, o sol brilhava intensamente. Com um calor desses, os pratos não podiam ficar muito tempo nas embalagens, ou estragariam. Marília decidiu encontrar um lugar para pedir uma bebida e almoçar enquanto a comida ainda estava quente.

Enquanto procurava uma loja, viu uma senhora idosa pedindo dinheiro na rua:

— Boa moça, será que poderia me dar um pouco de dinheiro para comprar algo para comer? Estou com hipoglicemia...

Naquela movimentada rua comercial, cenas como essa eram comuns. O cenário de idosos e crianças pedindo esmola já não impressionava ninguém. As pessoas apenas ignoravam e seguiam em frente.

Marília também já tinha visto isso várias vezes, mas, quando ouviu a idosa mencionar hipoglicemia, instintivamente abriu a bolsa, retirou um pãozinho e um chocolate, que sempre carregava consigo. Ela caminhou até a senhora e os entregou.

A idosa pegou os itens rapidamente e disse:

— Obrigada. — Quando viu claramente o rosto bonito da jovem à sua frente, os olhos turvos da idosa brilharam instantaneamente.

Marília já estava prestes a ir embora quando a senhora a chamou apressadamente:

Capítulo 15 1

Capítulo 15 2

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