O porteiro da guarita ligou do condomínio, e Leandro confirmou. Pouco depois, a campainha tocou.
De chinelos, ele foi atender à porta. Assim que a abriu, deu de cara com uma mulher.
Leandro franziu as sobrancelhas:
— O que você está fazendo aqui?
Marília levantou os itens que segurava nas mãos:
— Não foi você que me mandou mensagem no WhatsApp pedindo para eu comprar remédios?
Leandro olhou para as caixas de remédio dentro da sacola plástica, que estava molhada pela chuva. As gotas de água ainda escorriam dela.
As roupas de Marília também estavam encharcadas. A parte de cima estava mais seca, mas as calças estavam completamente molhadas até a altura das canelas, e os sapatos também estavam encharcados. No lugar onde ela estava de pé, já havia uma pequena poça de água.
Marília percebeu que o homem a encarava. Era evidente que ele não estava contente com a presença dela.
Apesar da sensação de desconforto que crescia em seu peito, ela se lembrou de que ele a havia ajudado naquele dia. Sem levar a má vontade dele em consideração, estendeu a sacola:
— Aqui está. Eu já vou embora.
Leandro pegou a sacola, e Marília se virou para sair.
— Você pode fazer alguma coisa para eu comer?
Marília parou de repente, se virando para o encarar. O rosto frio e impassível do homem estava diante dela. Pensando que, de qualquer forma, ela já estava ali e não seria tanto trabalho assim, assentiu.
Deixando o guarda-chuva do lado de fora, Marília entrou na casa. Ao perceber que o lugar estava muito limpo, ela tirou os sapatos.
Leandro notou que ela estava descalça e que os pés dela também estavam molhados. Ele se abaixou, abriu o armário de sapatos e tirou um par de chinelos masculinos novos, os colocando diante de Marília.
— Estes são novos.
— Obrigada. —Disse enquanto colocava os chinelos, que eram largos demais para os seus pés, e seguia atrás dele até a sala de estar.
A casa de Leandro era enorme. A sala tinha o dobro do tamanho da de Zélia. A decoração era predominantemente em preto e branco. O espaço parecia vazio à primeira vista, mas tinha tudo o que era necessário. Os móveis e os eletrodomésticos claramente não eram baratos.
— Onde fica a cozinha? Tem alguma coisa na geladeira?
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