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Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 29

O céu começava a escurecer, e todos corriam para voltar para casa. Sempre que o ônibus parava na estação, uma multidão se amontoava para entrar, enquanto os rostos na plataforma mudavam constantemente, um após o outro.

No final, só restou ela.

Marília não sabia para onde ir.

Um Maybach preto parou ao lado da estação de ônibus. A janela se abaixou, revelando o rosto familiar e elegante de um homem.

— Entre.

Marília ficou paralisada por um momento, mas logo se recompôs, respondendo:

— Ah. — Pegou sua bolsa, se levantou e entrou no banco do passageiro da frente.

Leandro dirigiu o carro para longe da estação.

Observando a direção em que ele seguia, Marília disse apressadamente:

— Você pode parar em um hotel, não precisa me levar muito longe. — E acrescentou logo em seguida. — Não precisa ser um hotel cinco estrelas, pode ser uma daquelas redes econômicas. Algo em torno de duzentos ou trezentos reais por noite já está bom.

Leandro parou o carro em um cruzamento e se virou para ela:

— Brigou com alguém?

Marília corou, desviando o olhar com certo desconforto:

— N-não... É só que agora a Zélia está com o namorado dela, e eu não quero incomodá-los.

Leandro percebeu algo pela reação dela e franziu levemente as sobrancelhas.

O sinal ficou verde. Sem dizer mais nada, ele continuou dirigindo, ignorando os hotéis pelos quais passavam. Pouco tempo depois, parou o carro em frente a um edifício residencial.

Marília ficou confusa. Inclinou a cabeça, olhando para ele, sem entender.

Leandro desligou o carro, manteve os olhos à frente e disse calmamente:

— Lá em casa tem um quarto de hóspedes.

Ela sabia que ele tinha um quarto de hóspedes; afinal, já havia dormido lá na noite anterior. Mas o que ele queria dizer era...

— Você está me convidando para passar a noite na sua casa hoje?

Marília arregalou os olhos, sentindo o coração bater forte e descontrolado.

Leandro, com a expressão impassível de sempre, soltou o cinto de segurança:

— Se você não quiser, aqui perto também tem hotéis dessas redes econômicas...

— Eu quero! — Marília respondeu prontamente, quase sem pensar.

Leandro olhou para a mesa e viu que havia apenas uma tigela de arroz servida. Sem dizer nada, foi até a cozinha, se serviu de outra tigela e voltou para a sala de jantar.

Sentado à mesa, notou que Marília estava parada, sem jeito, ao lado da cadeira. Franziu as sobrancelhas:

— Por que não se senta?

Marília já havia jantado antes de ir para lá, mas, ao olhar para a comida deliciosa que tinha preparado, com todos os seus pratos favoritos, achou que poderia comer um pouco mais. Ficar parada daquele jeito só a fazia parecer boba.

Ela se sentou e pegou os talheres. Quando estava prestes a se servir, um barulho no hall de entrada chamou sua atenção, como se alguém tivesse acabado de entrar no apartamento.

"Este é o apartamento do Leandro. Será que ele tem um colega de quarto?"

Marília se virou e viu uma senhora de aparência simples entrando com várias sacolas.

Ela olhou para Leandro, intrigada.

— Dr. Leandro, vim preparar o jantar. Mas... vocês já estão comendo!

— Desculpe, esqueci de avisar.

— Sem problemas, sem problemas. Vou apenas reorganizar as coisas na geladeira e já saio.

A senhora deu um sorriso caloroso e seguiu para a cozinha.

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