Leandro ficou parado na porta, sua figura alta e imponente imóvel, os olhos negros e profundos ligeiramente estreitados, fixos nela.
Por um instante, ele também ficou atordoado, encarando ela sem piscar.
Marília teve um apagão mental por três segundos. Quando finalmente reagiu, sentiu o sangue subir à cabeça. Instantaneamente, cruzou os braços sobre o peito num gesto defensivo e, completamente desnorteada, gritou:
— V-você... por que não bateu na porta?!
Leandro observou seu corpo nu sem demonstrar qualquer constrangimento. Seu olhar permaneceu fixo, e seus lábios se entreabriram ligeiramente antes que ele murmurasse, com a voz baixa e rouca:
— Mandei minha secretária comprar roupas para você...
Marília percebeu que ele segurava uma sacola, mas o olhar dele era simplesmente ousado demais.
Ela se sentiu envergonhada e furiosa:
— Coloque a sacola no chão e feche a porta!
O homem assentiu, se abaixou para deixar a sacola no chão do quarto e, ao se levantar, não resistiu a lançar mais uma olhada antes de fechar a porta com um estrondo.
Marília se assustou com o barulho e ficou paralisada no lugar.
Do lado de fora.
Leandro apertou com força a maçaneta da porta, os nós dos dedos ficando brancos. Sua respiração estava acelerada e irregular.
Fechou os olhos, tentando reprimir o calor que queimava em seu baixo-ventre, mas a imagem do que acabara de ver se formou com clareza em sua mente.
A pele alva e deslumbrante, as pernas longas e os seios...
A expressão de choque e embaraço dela reacendeu os desejos mais profundos que ele tentava reprimir.
O aroma suave e feminino, o mesmo perfume que ele sentira no hotel, parecia ainda pairar no ar.
Quando Leandro percebeu no que estava pensando, baixou os olhos e viu que seu corpo havia reagido instintivamente.
Sem hesitar, caminhou de volta para o quarto, entrou no banheiro e ligou o chuveiro.
...
— O café da manhã está na mesa.
Marília apenas assentiu, sem olhá-lo diretamente, e caminhou até a mesa de jantar, se sentando.
Desta vez, Leandro não comprou comida em excesso, apenas o suficiente para que ela ficasse satisfeita.
Depois de comer, Marília recolheu os restos da mesa, colocou o lixo em um saco e voltou para o quarto para pegar sua bolsa. Também guardou suas roupas no saco de compras, planejando lavá-las depois.
Leandro, como antes, a levou até a Praça Internacional do Ouro.
Ao abrir a porta do carro, Marília disse um breve:
— Obrigada. — Então, pegou sua bolsa e saiu rapidamente.
Leandro observou a maneira atrapalhada com que ela fugia dali. Apenas quando a viu desaparecer pelas portas giratórias, ligou o motor do carro, pronto para seguir para o hospital.
Mas então, seu olhar recaiu sobre a sacola ao lado. Pegou-a e deu uma olhada dentro.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago
Tantos dias sem atualizações, como q da sequência em livros assim ? Cê tá Loko ....