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Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 37

Marília tirou do bolso o batom que havia preparado com antecedência e saiu, o segurando entre os dedos.

O homem estava perto da janela panorâmica, fumando. Ao ouvir o barulho, virou a cabeça e disse com indiferença:

— Achou o batom?

Marília assentiu e estendeu a mão, mostrando o batom para ele.

— Então, não há mais nada, certo?

Marília lançou um olhar para a mesa de jantar e viu que ele estava comendo. Então, perguntou:

— Você se importaria se eu jantasse com você?

Leandro parou por um instante.

Marília continuou:

— Acho que você não vai conseguir comer tudo isso sozinho. Jogar fora seria um desperdício. Eu ainda não jantei, e cozinhar agora daria muito trabalho. Não acha?

Na mesa, havia quatro pratos bem servidos, e Marília tinha certeza de que ele não daria conta de tudo.

Além disso, sabia que Leandro não comia comida requentada.

— Como retribuição, amanhã posso trazer o almoço para você. Assim, economiza uma refeição. Bem vantajoso, não acha?

Dessa forma, ela teria mais um motivo para procurá-lo. Que ideia genial!

Leandro, é claro, percebeu sua intenção e esboçou um sorriso frio:

— Não preciso economizar com comida.

Marília já esperava essa resposta. Afinal, ele era diferente dela. Além de ter um emprego bem remunerado, vinha de uma família influente e nunca precisaria se preocupar com dinheiro.

Ela fez um biquinho e retrucou:

— Ter dinheiro não significa que você pode desperdiçar assim. Seu professor da escola primária nunca lhe ensinou que os agricultores trabalham duro para produzir os alimentos? — Então sugeriu outra opção. — Se preferir, posso esperar você terminar e levar o que sobrar para casa!

Depois de tudo isso, ele não teria como recusar, certo? Afinal, ele mesmo já havia dito antes que ela poderia levar a comida da geladeira dele.

Além do mais, ele ainda não tinha devolvido o dinheiro que ela gastou comprando remédio para ele, e ela nem sequer reclamou disso.

Os olhos escuros do homem pousaram nela com intensidade, como se pudessem enxergar direto em sua alma, expondo todas as suas intenções.

Marília se sentiu um pouco culpada ao encará-lo. Afinal, ela tinha declarado abertamente que queria conquistá-lo. Agora, estava ali, insistindo para jantar com ele. Será que ele não sabia exatamente o que ela estava tentando fazer?

— Pode. — Ele finalmente respondeu, de forma breve e direta.

Depois de lavar as mãos, ela se sentou e começou a descascar os camarões. Mergulhou um pedaço no molho e o colocou na boca, sorrindo satisfeita enquanto mastigava.

Ao descascar o segundo camarão, mergulhou-o no molho e estendeu-o para o homem à sua frente.

— Experimenta! Está uma delícia! — Disse com confiança.

— Eu mesmo descasco.

Leandro se levantou para lavar as mãos e voltou à mesa. Marília empurrou o potinho com o molho para mais perto dele.

Enquanto ele comia os camarões, ela o observava atentamente. Seus olhos brilhavam, e ela viu o pomo de Adão dele se mover quando engoliu. Então, abriu um sorriso travesso e perguntou:

— E aí, gostou?

Leandro olhou para ela, que sorria como uma raposinha astuta.

Depois de alguns segundos de silêncio, ele deu sua avaliação:

— Está razoável.

Marília já sabia que esse homem nunca diria o que ela queria ouvir, mas "razoável" já era um progresso.

— A comida feita pelas suas empregadas não chega nem aos pés da minha! — Provocou ela, orgulhosa.

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