Entrar Via

Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 39

Leandro resolveu as questões da empresa, saiu do escritório e, ao ouvir vozes na cozinha, seguiu para lá. Ao chegar, viu Marília e Luana conversando e rindo juntas.

Luana já havia embalado todo o lixo e, ao ver o Dr. Leandro sair, sorriu e disse:

— Ah... Mimi... Não vou atrapalhar o casalzinho, já estou de saída.

Marília ficou desconfortável ao ouvir a palavra "casalzinho". Quando escutou o som da porta se fechando na entrada e percebeu que restavam apenas os dois na casa, sob o olhar indiferente do homem, se apressou em explicar em voz baixa:

— Eu já disse a ela que não temos esse tipo de relação, mas ela não acredita!

Leandro assentiu levemente e se virou para sair.

Marília o chamou:

— Leandro!

Ele parou e se virou para encará-la.

— Algum problema?

Marília se aproximou, um pouco sem jeito:

— Então... sobre o que eu disse antes, sobre a tia Luana cozinhar... Não leve aquilo a sério. Agora eu entendi a situação, sei que ela não teve uma vida fácil. Finja que eu nunca disse nada. Eu não vou disputar a cozinha com a tia Luana!

Conforme falava, ela se sentia cada vez mais envergonhada. Afinal, Leandro já tinha recusado sua proposta antes.

Agora, dizer essas coisas parecia um tanto presunçoso.

Marília abaixou a cabeça e olhou para as pontas dos sapatos:

— Bom... já está tarde, eu vou indo.

Assim que terminou de falar, caminhou até o sofá, pegou sua bolsa e seguiu apressada para a porta.

Ela andava rápido, mas logo ouviu a voz grave do homem atrás dela:

— Eu te levo.

Marília parou no meio do caminho e arregalou os olhos ao se virar:

— Você vai me levar?

Leandro foi até o quarto, pegou as chaves do carro e saiu primeiro. Marília se apressou para segui-lo escada abaixo.

— Você não disse que está apertada de dinheiro ultimamente?

Ela realmente estava, mas aquela era uma dívida que precisava ser paga. Se não devolvesse, como teria coragem de procurá-lo no futuro?

— Bem... na verdade, eu consigo me virar...

— Não precisa me transferir nada. — Leandro fez uma pausa e acrescentou. — Naquele dia, você comprou remédio para mim e ainda preparou comida. Considero a dívida quitada.

— Mas o remédio não custou quase nada... Sem contar que você me deixou passar duas noites na sua casa...

Ao mencionar isso, Marília não pôde evitar que a imagem de Leandro entrando no quarto enquanto ela se vestia e vendo tudo surgisse em sua mente.

Sob a luz suave do carro, o rosto da garota adquiriu um tom levemente corado, tornando ela ainda mais encantadora.

Leandro claramente pensou na mesma cena. Ele pareceu um pouco desconfortável, levou o punho à boca e tossiu duas vezes, desviando o olhar para longe:

— Já está tarde, entre e descanse.

Marília assentiu levemente, evitando olhar diretamente para os olhos dele. Se apressou em abrir a porta do carro e saiu.

Somente quando viu Marília entrar no prédio, Leandro ligou o carro e foi embora.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago