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Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 43

Serafina, claramente, não esperava que Marília dissesse algo assim e, por um momento, ficou sem palavras para rebater.

Quando levantou a cabeça para olhar Leandro, que estava do outro lado, percebeu que ele estava fixamente concentrado em algo ao seu lado. A expressão em seu olhar era difícil de decifrar, e isso lhe causou uma inquietação inexplicável.

Leandro notou o olhar de Serafina e, mantendo a mesma expressão neutra, desviou o olhar.

Diógenes discordou:

— Mimi, nem todos os homens são indignos de confiança. Ainda existem bons homens neste mundo...

— Eu sei que existem bons homens, mas ninguém pode garantir que um homem bom será bom para mim para sempre. O futuro é incerto e, para falar a verdade, ter uma casa me dá muito mais segurança do que um homem!

Diógenes acreditava que um homem deveria ter uma casa antes de casar. Afinal, era preciso ter um lar para formar uma família.

Ele achava que a visão de Mimi era prática e sensata, mas também sentia que estar com uma garota que já tinha um financiamento imobiliário poderia afetar a qualidade de vida dele no futuro.

Essa ideia o incomodou um pouco e, depois do jantar, ele já não foi tão caloroso ao se despedir de Marília como de costume.

Marília, no entanto, não se importou. Quando estava prestes a se despedir, se lembrou de algo, pegou um copo térmico rosa de sua bolsa e o entregou a Leandro.

— Aqui tem água com mel. Vi na internet que mel faz bem para o estômago. Leve e beba um pouco.

Diógenes e Serafina observaram o gesto. Para Diógenes, não havia nada demais. Afinal, Mimi chamava Leandro de "tio", e uma sobrinha se preocupar com o tio era normal.

Mas Serafina não reagiu da mesma forma. Ao ver Marília demonstrar tanta atenção para Leandro, seu rosto se fechou imediatamente.

Ela tinha certeza de que Leandro não aceitaria. Afinal, da outra vez, ele nem bebeu o café que Marília lhe ofereceu, preferindo passá-lo para Serafina.

Marília também imaginava que Leandro provavelmente recusaria, mas, depois da interação do dia anterior, sentiu que a relação entre os dois havia melhorado um pouco. Quem sabe ele aceitaria desta vez?

Leandro não estendeu a mão para pegar o copo.

Marília, insistente, continuou o segurando estendido e acrescentou:

— Minha colega trouxe esse mel da cidade natal dela. A família dela cria abelhas, e este mel é puro, sem adição de nada. Tem um sabor muito bom e é muito saudável. Eu mesma provei ontem, e o gosto é ótimo.

— Leandro, Mimi foi tão atenciosa. Aceita logo! — Disse Diógenes.

Ele achava que Leandro estava sendo frio demais com Mimi. Afinal, mesmo que não precisasse cuidar dela, ainda era sua sobrinha. E, se a sobrinha demonstrava preocupação, pelo menos ele deveria reconhecer o gesto.

Vendo a hesitação no rosto de Marília, Leandro finalmente aceitou o copo.

— Obrigado.

...

Assim que Marília entrou, Zélia veio até ela apressadamente.

— Anselmo veio aqui te procurar.

Ao ouvir esse nome, Marília se lembrou da ligação anterior e seu bom humor diminuiu um pouco.

— Por que você disse para ele que eu estou morando com um homem?

— Eu só queria te dar um pouco de vantagem! — Zélia respondeu sem hesitar. — Por que ele pode te trair, mas você não pode morar com outro homem? Você é linda, e, se ele não soube te valorizar, outra pessoa vai! Eu só queria que ele soubesse que você não está sozinha e que, sem aquele cretino, sua vida só vai melhorar!

Marília não se incomodou com o que Zélia disse. Ela realmente já havia superado aquele relacionamento.

Zélia, porém, logo mudou de assunto:

— Mas hoje eu vim te chamar para almoçar, e você não estava aqui. Dalva e as outras me disseram que agora você sai todo dia às onze e meia. Onde é que você anda almoçando, hein?

Marília encontrou o olhar investigativo de Zélia e ficou um pouco sem jeito.

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