Encontros do Destino Após Longo Adeus romance Capítulo 28

Depois do jantar, Graziela se conteve o máximo que pôde, mas no caminho de volta não conseguiu mais segurar a raiva e repreendeu Olavo com severidade: "Aquele homem desprezível realmente foi para o exterior! Aposto que foi atrás da Natália! Que eles não tenham sucesso, é o que desejo de coração..."

Nadia rapidamente colocou a mão sobre a boca dela: "Não diga essas coisas! Cuidado para não atrair isso para si mesma."

Graziela, desanimada e ainda furiosa, lançou um olhar impaciente para Nadia, frustrada com sua calma: "Você não fica nem um pouco irritada?"

Nadia deu de ombros: "Não vejo razão para me aborrecer. Eu já imaginava que ele seguiria Natália para os Estados Unidos."

Ela tinha cruzado com Danilo por acaso algum tempo antes e soube que Natália tinha rompido com ele durante o último período da faculdade. Não era surpresa que Olavo decidisse ir atrás de Natália para os Estados Unidos. Aproveitando a situação para se aproximar dela e, talvez, oficializar a relação.

Quando chegou a época da foto de formatura, Nadia nem voltou à universidade, tampouco se importou em participar da foto oficial. Por consideração, Graziela decidiu editar a foto de Nadia, inserindo-a na imagem.

Mais tarde, ao receber a foto de formatura, viu sua figura ao lado de Olavo, discretamente inserida no canto da grande foto de grupo, e não pôde evitar um sorriso sem graça.

Depois de começar a trabalhar, ela teve um relacionamento breve com um rapaz de Porto Celeste, cuja família tinha boa condição financeira, com pais funcionários públicos. No entanto, cerca de seis meses depois, quando ele a apresentou aos pais, enfrentou forte oposição familiar.

Aquele relacionamento terminou de maneira tranquila.

Desde então, Nadia concentrou toda a sua energia no trabalho.

Ela sabia que, nos dias de hoje, o casamento é visto como uma questão de compatibilidade social: pessoas ricas se casam com pessoas ricas, e quem tem poder se une a quem também tem poder. Alguém como ela, sem pai nem mãe, e com o único parente considerado um fardo pelos outros, deveria aceitar uma vida sem casamento e sem filhos.

...

No domingo, Nadia foi ajudar Graziela no caixa, mas só trabalhou meio período, voltando para casa à tarde.

Ela tinha planejado transferir sua bagagem para o hotel naquela noite, assim poderia ir direto para o trabalho na manhã de segunda-feira.

Abrindo o armário, Nadia escolheu algumas roupas de forma prática para trocar, organizou seus itens de higiene pessoal, levou três pares de sapatos, e uma única mala bastou para acomodar tudo.

Antes de sair, ela fez questão de levar o guarda-chuva de Olavo, planejando devolvê-lo no dia seguinte.

Ao chegar à recepção do hotel, informou seu nome e confirmou com o atendente que se tratava de uma reserva de longa duração feita pela Horizonte Financeiro Investimentos, antes de levar sua bagagem para o quarto designado.

Ela e Mariana eram as únicas mulheres no projeto, então naturalmente dividiram o mesmo quarto.

Como era de se esperar de um hotel quatro estrelas, o espaço era amplo, bem equipado e com excelente isolamento acústico. Nadia se acomodou confortavelmente na cama e enviou uma mensagem para Graziela, avisando que estava tudo certo.

Depois de organizar suas coisas, a noite já tinha caído. Sentindo fome, saiu para jantar rapidamente em um pequeno restaurante próximo.

A lua estava especialmente brilhante naquela noite, então Nadia encontrou um banco de pedra e se sentou, aproveitando a tranquilidade para fazer uma chamada de vídeo para sua avó.

A ligação foi atendida e a enfermeira Camila, do asilo, apareceu primeiro na tela, cumprimentando-a antes de passar o telefone para a sua avó.

Ao ver sua avó, mais envelhecida do que se lembrava, os olhos de Nadia se encheram de lágrimas: "Vovó, tem se alimentado bem? Tem dormido direito?"

A expressão da Carolina parecia distante. Ela fitou a neta na tela com um olhar perdido, incapaz de dizer qualquer palavra por um longo momento.

Ela não fazia ideia de quanto tempo ele estava parado ali, nem se tinha escutado sua conversa com Camila.

Na realidade, sua preocupação era desnecessária. Olavo tinha acabado de sair de um turno extra e estava a caminho de jantar quando, ao dobrar a esquina, se deparou com Nadia.

Ao ver os cílios dela ainda úmidos de lágrimas, franziu a testa. Desde quando leoas como ela choram?

Ela não estava animada, falando alto com as amigas no dia anterior? E agora estava ali, escondida, chorando em silêncio?

"Você... você se mudou para o hotel mais cedo?"

Nadia, desanimada e pouco interessada em prolongar a conversa, assentiu com um leve som afirmativo.

Notando o clima pesado, Olavo apontou para frente e disse: "Vou jantar."

Após se cruzarem, Nadia deu alguns passos antes de se lembrar de algo e se virar para chamar Olavo:

"Sr. Ramos, seu guarda-chuva está no meu quarto... Quer que eu o traga para você?"

Antes que Olavo pudesse responder, seu celular começou a tocar. Com um gesto sutil, pediu para que ela aguardasse. Aproveitando a brisa da noite, Nadia ouviu a voz fria de Olavo se tornar suave.

"Alô, Natália?"