Engano Fatal: A Virada de Beatriz romance Capítulo 118

Mas Beatriz Mendes percebeu claramente que ele estava muito feliz.

Ao ouvir o som, a idosa abriu seus olhos bondosos e disse:

— Miguel, Beatriz, sentem-se, por favor.

Beatriz Mendes sentou-se, e vovó Diniz sorriu:

— Miguel, vejo que você ouviu o conselho da avó, não se casou por impulso e escolheu alguém que realmente ama.

Beatriz Mendes quase não conseguiu manter a expressão séria:

— …

Alguém que ele realmente ama? Será que ela estava atuando tão bem a ponto de enganar até a senhora?

Miguel Rodrigues não revelou nada.

Vovó Diniz ficou ainda mais satisfeita:

— A avó percebe logo de cara: seu coração e seu olhar estão cheios da Beatriz. Isso é ótimo, só um casamento com sentimento verdadeiro pode durar.

Miguel Rodrigues respondeu com naturalidade:

— Sim, eu a amo muito.

O rosto de Beatriz Mendes ficou imediatamente corado, e ela não conseguiu evitar uma tosse.

Afinal, Sr. Rodrigues era mesmo um mestre na arte de atuar, sua performance era tão convincente que enganava até vovó Diniz.

Ela se sentiu inferior!

Vovó Diniz ficou ainda mais contente e olhou para Beatriz Mendes:

— Se o Miguel te tratar mal, me conte, que eu mesma dou um jeito nele.

Vendo a alegria genuína da senhora, Beatriz Mendes sentiu-se repentinamente desconfortável.

A idosa estava feliz porque acreditava que o neto finalmente encontrara alguém que amava de verdade, mas o “amor” entre ela e Miguel Rodrigues era apenas uma encenação, no fundo tudo era falso.

Justo nesse momento, Miguel Rodrigues lançou a ela um olhar discreto.

Beatriz Mendes retomou seu papel com perfeição, respondendo timidamente:

— Vovó, como o Miguel poderia me tratar mal? Ele cuida de mim com todo carinho.

— Que menina bem falante! — Vovó Diniz sorriu tão largo que mal conseguia fechar os lábios. — No mês que vem é minha festa de aniversário, não pode faltar, viu? Ah, você toca piano?

— Esta é aquela música rara, “Retorno Distante”!

Miguel Rodrigues olhou para ela imediatamente, semicerrando os olhos.

Srta. Beatriz, criada no interior, tocava piano com um talento nato, aprendia tudo com facilidade;

Mas o fato de reconhecer de imediato que a partitura era a “Retorno Distante” — uma música considerada perdida — chamou a atenção dele.

A experiência da Sra. Rodrigues durante os dez anos no “interior” o deixava cada vez mais curioso.

Vovó Diniz, surpresa, exclamou:

— Beatriz, você conhece essa música? Foi composta pela minha filha. Não está perdida; na verdade, foi por egoísmo meu que não permiti que pessoas que não entendem de música a tocassem.

— Mas você claramente entende. Dar-lhe a partitura é um sinal de destino.

Pelas palavras da idosa e pela expressão do mordomo, Beatriz Mendes deduziu que a filha da senhora provavelmente já havia falecido.

Dizia-se que a mãe biológica do herdeiro da família Martins também havia morrido cedo… Então, a filha da idosa era a mãe de Miguel Rodrigues?

No entanto, no instante seguinte, vovó Diniz pareceu se lembrar de algo e soltou uma risada fria—