Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1152

"Eu vou contar até três, você decide se quer se desculpar ou não."

Ela parecia desinteressada, sem muita presença de autoridade, mas bastava um olhar mais atento nos seus olhos para perceber o quão profundos e escuros eles eram, como um abismo sem fim, inspirando uma certa cautela.

Orestes Hollanda sabia que Hera Fontes estava defendendo-o, e sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, quase perdendo o controle de suas emoções. Um homem grande, quase levado às lágrimas.

Sua filha era tão dedicada, mesmo sem ele ter feito nada por ela, Herinha sempre se colocava na linha de frente para protegê-lo, seu pai.

Orestes virou o rosto, apertou os punhos e forçou as lágrimas a voltarem, aproximou-se novamente e puxou o braço da moça.

"Herinha, deixa pra lá."

Hera não olhou para trás, apenas disse: "Eu sou apenas a mais nova aqui, ninguém precisa me respeitar, afinal, não tenho muita ligação com esta casa. Mas você não é um dos mais novos. Se eles estão tão empenhados em pedir que você se desculpe, então, depois de entenderem a verdade, eles deveriam fazer o que dizem. Se tem que pedir desculpas, então peça!"

O dinheiro, ela devolveu.

Foi como devolver toda a gentileza que haviam lhe oferecido em Cidade Milagre.

Como Brunilda Hollanda havia dito, se era para esclarecer, que tudo fosse esclarecido.

Surpresa, Brunilda reagiu, franzindo a testa e intensificando seu tom: "Hera, minha mãe é sua tia!"

"Eu sei." A jovem levantou suas sobrancelhas delicadas de forma um tanto travessa, seus olhos escuros e belos fixos nela, com um ar despreocupado: "Ela é minha parente mais velha, mas não é como se a idade definisse quem está certo, não é? Não faz sentido você ser meticuloso quando quer que devolvam algo, mas quando é sua vez de seguir as regras, você hesita e joga a carta da família."

"As pessoas têm que ser justas, então seja justo até o fim!"

A situação ficou tensa por um momento.

Todos se sentiram oprimidos pela aura que emanava da jovem, sem conseguir respirar direito.

Especialmente Sylvia Simões.

Se ela se desculpasse, não estaria apenas colocando seu orgulho debaixo dos pés dos outros, como também, como poderia encarar alguém depois?

"Um."

Hera começou a contar.

Era evidente que ela não estava brincando com Sylvia.

Brunilda, assim como Sylvia, foi suprimida pela aura que Hera exalava, e demorou a se recuperar. Quando ela finalmente entendeu que uma "caipira" de Cidade Milagre a havia dominado, seu rosto empalideceu, e ela alertou com uma expressão sombria: "Hera, você está indo longe demais! Você pensa que pode fazer o que quiser nesta casa?"

Hera soltou uma risada despreocupada, corajosa.

Ela já estava lá, e Brunilda realmente precisava lembrá-la novamente como se ela fosse uma tola?