Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1290

Os olhos de Brunilda estavam frios e distantes. Ela não queria discutir com Orfeu, então virou o rosto para o lado, mexendo na alça da bolsa com os dedos, e respondeu com um leve tom gelado nos lábios: "Eu entendi. Mano, não precisa falar mais."

Orfeu, ao notar a expressão no rosto dela, percebeu que ela estava impaciente e que suas palavras não tinham efeito. Ele balançou a cabeça com resignação, sem saber como lidar com sua irmã.

O semáforo mudou de vermelho para verde e ele decidiu não insistir mais no assunto. Pisou no acelerador e o carro voltou a se mover.

*

Família Hollanda.

Remígio chegou em casa primeiro.

A empregada trouxe um chimarrão para ele. Ao tirar o paletó e jogá-lo no sofá, ele arregaçou as mangas e perguntou à Dona Lizete: "E a patroa?"

Ele deu uma olhada para o segundo andar, onde a casa estava silenciosa, como se ninguém estivesse ali.

Dona Lizete, sempre respeitosa, pegou o paletó dele e respondeu em voz baixa: "Senhor Hollanda, a senhora não está em casa. Saiu logo de manhã."

"De novo fora de casa?" Remígio franziu as sobrancelhas instintivamente, parando de arregaçar as mangas da camisa.

Dona Lizete era apenas uma empregada, trabalhando para a Família Hollanda.

Ela abaixou a cabeça rapidamente, sem ousar dizer muito. Apenas murmurou: "A senhora deve ter saído para encontrar amigas no salão de beleza."

Remígio só perguntou por perguntar, sem esperar que Dona Lizete soubesse onde Sylvia tinha ido.

Ele simplesmente notou que Sylvia estava saindo com mais frequência ultimamente, raramente ficando em casa durante o dia e só voltando à noite. Não sabia o que ela andava fazendo.

No entanto, estando casado com Sylvia há mais de vinte anos, sempre tiveram um casamento harmonioso. Remígio não pensou muito sobre isso, apenas assentiu e pediu a Dona Lizete para voltar ao trabalho.

Ele se sentou no sofá, tomou um gole de água do copo de vidro e depois o colocou de volta na mesa. Massageando a testa, recostou-se no sofá por um momento, antes de pegar o celular e ligar para Orfeu.

Orfeu trocou de sapatos na entrada, e seu rosto jovem e atraente tinha algumas semelhanças com Remígio, embora, ao contrário do homem de quarenta e poucos anos, maduro e reservado, ele parecesse mais jovem e cheio de energia.

"Pai." Orfeu cumprimentou ao entrar na sala.

"Voltaram?" Remígio viu os dois irmãos entrando um após o outro. Com uma expressão séria, jogou o celular na mesa de centro ao lado e, de repente, levantou-se. Sem olhar para Orfeu, caminhou até Brunilda e, abruptamente, levantou a mão para dar um tapa no rosto dela.

PÁ!

O som do tapa ecoou pela sala.

Dona Lizete, que vinha trazendo chá e água para eles, ficou parada no lugar, cobrindo a boca com as mãos, quase soltando um grito.

Senhor Hollanda, como pôde bater em alguém? E ainda na senhorita Brunilda.