Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1346

Henriques já tinha se virado para ir embora quando percebeu que seu pai ainda estava parado, sem se mover. Ele não pôde deixar de chamar: "Pai?"

Remígio não respondeu. Ele não olhou para ninguém, apenas fixou seu olhar obstinado no velho senhor na cadeira de rodas e disse em um tom grave: "Pai, você vai tirar Brunilda da nossa árvore genealógica por causa da Herinha?"

Galvão levantou a cabeça. Nos últimos tempos, ele havia envelhecido bastante; os cabelos estavam completamente brancos nas têmporas e as rugas em seu rosto estavam bem marcadas. No entanto, ele estava muito calmo e sereno. Ele apenas olhou para Remígio, que se recusava a sair, e admitiu sem rodeios: "Sim."

"Brunilda não participou dessa história!" A voz de Remígio saiu tensa, com as mãos cerradas com tanta força que as juntas ficaram brancas.

Galvão não reagiu, mantendo sua expressão tranquila e olhando para Brunilda, que estava pálida como papel, antes de desviar o olhar, parecendo um pouco cansado: "Eu sei que ela não participou, mas você pode dizer que ela não sabia de nada?"

Remígio ficou sem palavras, incapaz de responder de imediato.

Galvão continuou com a mesma serenidade: "Você sabe bem que algumas coisas não precisam da participação direta dela. Basta um gesto, e alguém faz por ela. Pode dizer que ela não está envolvida só porque não agiu diretamente?"

Claro que não.

Remígio apertou ainda mais as mãos, o rosto ficando sombrio.

Ele sabia que não podia dizer que Brunilda era completamente inocente, mas a punição era severa demais!

Galvão não o olhou novamente, sua expressão permanecendo calma ao dizer: "Vá para casa. Minha decisão está tomada e não vai mudar facilmente, não adianta discutir."

Remígio ergueu os olhos, emoções fervilhando em seu olhar, que aos poucos se apagou.

Sem nem se despedir de Orestes, ele se virou e saiu em silêncio.

Orestes, um pouco perdido, olhou para o pai, seu rosto elegante mostrando um momento de indecisão: "Então, pai, também não vou incomodar mais. Descanse cedo."

"Espere um pouco." Galvão chamou.

Orestes parou imediatamente, perguntando respeitosamente: "Pai, há algo mais?"

Galvão, vendo a postura formal dele, sentiu uma pulsação nas têmporas, a tensão subindo pela nuca. Felizmente, ao pensar em Hera, sua expressão relaxou. Ele desviou o olhar para Wagner Dantas e os outros na sala: "Não estou bem de saúde. Todos esses anos, a Família Hollanda só se manteve de pé graças a vocês. Mas vocês viram, desde que encontramos minha neta, minha casa virou um caos. A família já não está unida. E com esse meu estado… não sei quanto tempo mais tenho."

"Pai, não diga isso, você vai viver muito, com saúde." Orestes interrompeu, com o coração apertado.

Galvão sorriu ligeiramente, sem dar muita importância: "Todos morrem um dia. Mesmo que eu viva cem anos, chegará a hora de partir. Não tenho medo de morrer, há muito quero encontrar sua mãe. Mas sempre me preocupei com Herinha. Antes, temia que nunca a encontrássemos. Agora que a encontramos, temo não conseguir protegê-la."