Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1707

Afinal, quando estudava na Escola Milagre, Rafael Serafim costumava sussurrar no ouvido dela sobre seus planos de quando iria se casar com Poliana e coisas do tipo.

Ela ficou inexplicavelmente irritada, levantou a mão, mas logo a abaixou, puxou a barra da blusa com os dedos e, achando sua reação exagerada, soltou em seguida. Depois de um tempo, quando conseguiu controlar o coração acelerado, virou o rosto sem expressão, e respondeu em voz baixa, quase inaudível: "Está tudo certo, afinal, já não sou tão nova assim."

Sertório parou o movimento, olhou para ela, surpreso.

Hera: "……"

Ela teve vontade de se dar um tapa. Por que não conseguia segurar a língua? Sempre acabava sendo guiada pelo Sertório.

Ai...

Mas já tinha falado, e ela sempre assumia o que dizia.

Com o rosto impassível, Hera tossiu de novo, encarando o homem à sua frente com uma expressão de total sinceridade: "Já fiz dezoito anos."

Sertório, aos poucos, recuperou o controle depois do choque inicial. Olhou para ela com intensidade, a voz rouca: "Herinha, você tem ideia do que está dizendo?"

Hotel, quarto, fim de tarde...

Um momento perigoso, um lugar perigoso, e ela ali, debatendo se já era maior de idade ou não.

Será que ela confiava nele demais?

Hera também ficou constrangida, especialmente quando ele perguntou. Virou o rosto imediatamente, puxou uma cadeira e sentou-se, pegando um copo d’água ao lado para esconder o embaraço: "Não sei, finge que não falei nada."

"Hmm." Sertório, por outro lado, sorriu e segurou o pulso dela, os olhos tão profundos quanto um lago escuro, retomando o tom preguiçoso: "Assim não vale, eu ouvi. O que foi dito, foi dito."

A parte do pulso que ele segurava parecia pegar fogo, Hera tentou puxar a mão.

Mas agora, ouvindo Sertório falar do aniversário do ano seguinte, acabou se distraindo e relaxou um pouco, menos constrangida.

"Nem sei se vou comemorar, vamos ver quando chegar a hora!"

Nos olhos de Sertório havia um brilho indulgente, embora ele nem percebesse. Sabia que ela estava tentando mudar de assunto, mas resolveu seguir o jogo: "Tá bom, a gente vê isso depois, combinamos direitinho."

Hera se sentiu ainda mais à vontade, relaxou os ombros e assentiu.

Sertório viu o vermelho nas orelhas dela ir sumindo aos poucos, ficou até um pouco desapontado, mas desviou o olhar com autocontrole e comentou, num tom calmo: "Ah, vê aí no seu celular se já caiu a transferência."

"Hã?" Hera arqueou a sobrancelha, perguntando: "Que transferência?"

O olhar de Sertório parou nos lábios macios dela por um segundo antes de se desviar, o pomo de adão subindo e descendo, a voz rouca e baixa: "Os dez milhões que você gastou no leilão, pedi para a tiazinha transferir o dinheiro para a sua conta."