Era Diamante: Brilho romance Capítulo 172

Eulalio tinha uma expressão tão carregada quanto a dela, esfregando a testa enquanto dizia: "Fui dar uma investigada e parece que é coisa do Prefeito."

Florinda segurava seu rosário nas mãos, inquieta, murmurando: "Mas o prefeito não foi transferido de Cidade Liberdade? Como ele poderia estar envolvido nisso?"

O novo prefeito de Cidade Milagre, que vinha de uma família renomada de Cidade Liberdade, estava lá apenas para agregar valor ao seu currículo.

Ele passaria dois anos e depois voltaria.

Gente assim geralmente não se mete em pequenos problemas locais.

Não lhes chamavam a atenção!

Eulalio, com os lábios apertados, tinha suas raízes em Cidade Milagre e, ao longo dos anos, construiu sua rede de contatos. Ele então se voltou para sua mãe: "Será que o Sr. Galvão conheceria o Prefeito?"

Florinda manipulou seu rosário rapidamente, visivelmente ansiosa, sentindo que havia algo mais por trás disso, mas incapaz de pensar em outra explicação no momento.

"Já me encontrei com o prefeito algumas vezes, vou tentar falar com ele. Talvez ele respeite uma senhora idosa como eu."

Assim que ela terminou de falar, o telefone de Luís tocou.

Florinda, já idosa e com audição não muito boa, sempre usava o viva-voz.

Ela mal havia dito "alô".

E do outro lado, a voz de Luís soava como se estivesse pegando fogo, em desespero.

"Professora, que história é essa de Hera? A senhora não me disse que era apenas uma confusão de alunos e que só havia a família Hollanda por trás disso?"

"Sim, eu tinha que mentir para você?"

"Então por que até a Secretaria está me ligando? Desde esta manhã, já recebi três ou quatro ligações sobre o caso da Escola Milagre. Professora Dona Flor, pense bem, quem é Hera afinal? Não teremos mexido com quem não devíamos? Se for preciso, eu compro alguns presentes e peço desculpas pessoalmente."

Florinda havia acabado de dizer que só consideraria a possibilidade de perdoar se Hera pedisse desculpas pessoalmente.

Temia que, se não descansasse um pouco, acabaria desmaiando de raiva.

Aos setenta anos, ela se viu sendo desafiada dessa forma!

*

Heitor dirigia tranquilamente de volta para casa.

Em casa, Alan coçava a cabeça, sem saber como apaziguar o pequeno furacão no sofá.

"Senhorzinho, se você continuar falando assim com o Sr. Wagner, ele vai ficar chateado."

Alarico nem sequer levantou os olhos, inflado de raiva: "Se ele não ajudar minha irmã, não vou mais gostar dele!"

"Mas isso foi apenas uma pequena briga entre alunos, o Sr. Wagner realmente não deveria se envolver em tais trivialidades entre alunos."