Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1828

Ela semicerrara os olhos com um ar meio preguiçoso, os cílios negros caindo levemente, os ombros relaxados. Pensou um instante e respondeu para Anabela: “Sexta-feira não dá, tenho uma prova.”

Jorge e o pessoal, depois de esperarem bastante sem sinal de Hera, acabaram formando outra turma e começaram mais uma rodada de Mario Kart.

Nesse momento, Jorge, ao ouvir a palavra “prova”, ficou atento e se meteu na conversa: “Hera, você ainda tem que fazer prova?”

Ela parecia quase nunca ir à faculdade.

Prova...

Só faltava acabar reprovando.

Mas assim que esse pensamento lhe ocorreu, Jorge logo o descartou.

Hera, a deusa das provas.

Jorge achou que tinha exagerado e, para não ter que engolir as próprias palavras depois, tentou se redimir: “É, faz sentido. A Universidade Castelo já está perto das provas finais. Aquele da Família Rezende, como é mesmo o nome? Ah, Matheus Rezende. Ele vai se formar esse ano, parece que vai seguir carreira em finanças. E tem mais...”

Ele citou mais alguns nomes, depois virou a cabeça, curioso, olhando para a garota: “E você, Hera, já pensou em que área vai seguir? Medicina Tradicional?”

Ele simplesmente não conseguia imaginar Hera de jaleco branco atrás de um balcão, preparando remédios para os outros.

Só de olhar para Hera, com aquele jeitão de quem impõe respeito, era impossível associá-la à imagem tranquila de uma mestre de Medicina Tradicional, parecia tudo muito fora do lugar.

“Por que você não vai pra pesquisa científica?” disse ele, esticando as pernas, todo largado. “O Sr. Fagundes já procurou o Teotonio várias vezes, disse que você é uma ótima promessa. Sinceramente, Hera, se você não virar cientista, vai ser um desperdício desse seu cérebro.”

Hera o olhou de lado, preguiçosa: “Eu virar cientista também seria desperdício.”

Jorge: ...

Ele coçou a nuca e, pensando bem, achou que aquela frase fazia todo sentido!

Ficou até sem resposta.

As palavras “Continental Independente” saltavam aos olhos.

Sertório semicerrara os olhos, o olhar profundo.

Delfim?

Ele pensou rapidamente nas relações de Delfim e logo soube de quem ele estava falando — Natalia.

A filha mais orgulhosa da Família Ferreira, e também a única da Família Ferreira que valia a atenção dele.

A Família Ferreira, assim como a Família Onofre, era um dos três clãs mais influentes da Continental Independente. Mas, diferente dos outros dois, a Família Ferreira não tinha chegado ao topo pela força, e sim por dinheiro e casamentos arranjados.

A Família Ferreira era especialista em consolidar seu status por meio de alianças matrimoniais.

Na Continental Independente, praticamente todo grupo com alguma influência tinha, de um jeito ou de outro, algum parentesco com a Família Ferreira.