Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1830

Hera ficou completamente confusa, seus movimentos tornaram-se lentos, e aquele olhar sempre arrogante agora estava retraído. Os cílios negros caíam, e ela segurava a aba do boné, sem saber onde colocar as mãos. De qualquer forma, ela evitava olhar na direção de Sertório. “Hã?”

Sertório, com sua postura elegante e charmosa, estava recostado de lado, com um leve sorriso nos lábios enquanto a encarava, esperando pacientemente pela “explicação” dela.

No começo, Hera ainda tentou resistir e não falou nada.

Aguentou por um minuto, mas não conseguiu segurar e acabou se rendendo, levantando a mão como quem se entrega: “Na verdade, não pensei muito, só achei meio inesperado na hora, e depois passou.”

“Só achou meio inesperado?” A voz de Sertório subiu levemente, carregando um tom ambíguo e bastante provocante.

Hera nunca tinha sido pressionada desse jeito antes. De repente, percebeu que algo estava errado e olhou firme para ele: “Peraí, naquela hora eu também não tinha obrigação de te contar, né? A gente nem era próximo...”

Será que eles eram próximos naquela época?

Hera pensou bem e realmente percebeu que não eram.

Naquele tempo, ele era apenas “um amigo problemático do Henriques” que estava hospedado no apartamento do Henriques porque o seu ainda estava em reforma.

Apesar de morarem sob o mesmo teto, cada um seguia sua vida. No máximo, trocavam um cumprimento quando se encontravam. Então, ela realmente não tinha motivo para contar nada.

Sertório, ouvindo aquele “a gente nem era próximo” tão confiante, ficou ligeiramente irritado. O olhar dele escureceu, embora ainda parecesse calmo e gentil, sem demonstrar raiva, mas a aura de pressão ao redor dele era impossível de ignorar.

Ele se inclinou levemente para frente, o rosto quase encostando nela, tão perto que Hera podia sentir a respiração dele.

“Engraçado, porque eu lembro que éramos bem próximos. Por exemplo, Hera me disse mais de uma vez que nós éramos... bons amigos.”

Ele tinha acabado de morrer oito vezes seguidas no jogo porque estava distraído com aquilo tudo.

Enquanto Jorge tinha coragem de reclamar, Josué fingia que não via nada, mostrando uma maturidade admirável.

Alan serviu um copo d’água para Jorge e tentou acalmá-lo: “Sr. Werneck, toma uma água, vai.”

Anabela, por sua vez, assistia tudo satisfeita, com aquele ar típico de tia que adora ver uma fofoca.

Teotonio estava esparramado no sofá, com as pernas cruzadas, elegante como sempre: “Pois é, né? Ninguém falou nada, só você tá reclamando. Bebe essa água e se acalma. Depois eu conto pra sua mãe que você quer namorar, aí você para de ficar reclamando aqui.”

Jorge, só de lembrar da mãe e dos parentes, levantou a mão na hora, pedindo misericórdia: “Não, pelo amor de Deus, me poupe dessa!”