Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1879

Hera já estava mais do que acostumada com esse tipo de situação. Puxou a aba do boné para baixo e, com o cachecol cinza-claro cobrindo quase tudo, deixava à mostra apenas o queixo claro e delicado. A maioria das pessoas só conseguia ver o contorno do rosto dela, sem distinguir bem suas feições.

O que todo mundo notava era que a recém-chegada parecia ser especialmente jovem.

Ela ser tão nova e aparecer para a avaliação do Primeiro Instituto de Pesquisa era algo realmente inesperado.

Mas, claro, não era a primeira vez que alguém jovem tentava participar da avaliação do Primeiro Instituto de Pesquisa.

Por isso, depois de lançarem um olhar curioso para a garota, desviaram o olhar e voltaram a se concentrar na fila para entregar os documentos.

O pessoal responsável pelo recebimento dos documentos ainda não tinha chegado. As cadeiras em frente aos computadores estavam todas vazias, ninguém por perto.

Valdemar se aproximou, viu que não tinha ninguém nos computadores e ligou para alguém.

Depois, com o celular na mão, voltou com um ar um pouco frustrado em seu belo rosto: "Eles ainda não chegaram, já liguei para eles, vamos ter que esperar um pouco."

"Uhum." Hera, com as mãos nos bolsos do casaco, estava completamente à vontade, sem demonstrar preocupação.

Valdemar, vendo que ela não dizia nada, afastou-se para ligar novamente para o pessoal responsável e apressá-los.

…

Um pouco mais longe, Urbano olhava chocado na direção da garota, chegando a duvidar dos próprios olhos: "Hera? O que ela está fazendo aqui?"

"Quem é Hera?" Stefan também estava ali, ao lado dele. Ao ouvir o nome, olhou na direção que Urbano encarava e logo reconheceu a moça que tinham visto outro dia na porta do elevador do Hotel Continente.

Urbano ligou para Mafalda, mas ela não atendeu. Talvez tivesse deixado o celular longe.

Guardou o aparelho e ficou olhando para a garota, com a testa franzida.

Nesse momento, o pessoal responsável pelas inscrições chegou apressado, causando um burburinho na sala de espera. Todos os candidatos olharam imediatamente para eles, com olhos cheios de empolgação e admiração...

Os funcionários enviados a cada três anos para cuidar das inscrições eram apenas membros menos prestigiados do Primeiro Instituto de Pesquisa.

Mas, mesmo assim, eles eram do Primeiro Instituto de Pesquisa.

Para esses candidatos externos, que ainda não tinham a chance de entrar, mesmo esses funcionários "menos importantes" eram figuras quase inatingíveis, dignas de respeito e admiração.