Era Diamante: Brilho romance Capítulo 2007

Sertório olhava para as quatro palavras "grande chefe do diamante" que Teodoro lhe enviara, e, sabe-se lá no que pensou, apoiou a ponta dos dedos finos na testa e baixou os olhos com um sorriso discreto.

Ele respondeu para Teodoro.

[Y: Não precisa procurar, já sei quem ela é.]

*

No dia seguinte, Hera acordou bem cedo.

Alan não estava, então a missão de preparar o café da manhã recaiu sobre os ombros ociosos do Sr. Werneck, enquanto Jorge era um típico "filhinho de papai", criado com todo mimo.

Ele mesmo já estava acostumado ao bom e velho "tudo pronto", então não sabia nem fritar um ovo.

Todas as manhãs, ele simplesmente esquentava umas fatias de pão na torradeira, cozinhava alguns ovos e servia dois copos de leite.

Um para Hera e um para ele mesmo.

Já Sertório costumava tomar apenas um café preto pela manhã, para acordar de vez, e também já tinha se habituado a esse tipo de café da manhã mais ao estilo ocidental.

"Bom dia, Hera."

Assim que levantou, Hera puxou a cadeira ao lado da mesa e viu Jorge vindo com dois copos de leite, colocando um na frente dela.

Só que, além do copo de leite quente, Hera encontrou à sua frente uma tigela de macarrão instantâneo fumegante e um pratinho de petiscos, além de um garfo.

Fazia tempo que Hera não via um café da manhã tão quentinho; surpresa, ela ergueu as sobrancelhas e olhou para Jorge, que voltava da cozinha com outra porção de torradas.

"Foi você que preparou?"

"De jeito nenhum!" Jorge, ao ver o macarrão na mesa, sentou-se na sua frente com as torradas no colo e respondeu, meio sofrido: "Foi o Sr. Sertório quem fez."

Hera já não pretendia responder, ajeitou-se e voltou ao seu jeito calmo de sempre, continuando a tomar o leite como se nada tivesse acontecido.

Jorge deu umas mordidas distraídas nas torradas e falou para ela: "Hera, come aí, depois eu te levo pro instituto."

Hera levantou os olhos, já ia dizer que não precisava.

Mas ele a cortou, suspirando: "O Sr. Sertório disse que você estava exausta ontem, pediu pra eu te levar hoje de qualquer jeito."

Ele até enfatizou o "exausta", com a dor típica de um solteiro, enquanto lançava um olhar desconfiado para Hera, pensando se o Sr. Sertório seria tão sem noção assim, já que ela nem tinha idade para certas coisas... Será que ele teria mesmo passado dos limites?

Mas Jorge tinha sido um "anjinho" na noite anterior, ficou o tempo todo quieto no quarto e não sabia o que realmente rolou!

Já Hera, ao ouvir isso, sentiu dor de cabeça, e o macarrão até perdeu o sabor. Ela largou o garfo, pegou o boné ao lado e colocou na cabeça, dizendo para Jorge: "Vamos logo."