Era Diamante: Brilho romance Capítulo 2303

Quando Umberto terminou de falar, o sorriso no canto da boca de Mafalda desapareceu completamente. Felizmente, ela era especialista em disfarçar seus sentimentos e logo se recompôs, agradecendo a Umberto com muita educação: "Obrigada, diretor. Vou guardar suas palavras no coração."

Umberto fixou nela seu olhar lúcido por um bom tempo, sem dizer nada.

Só depois de ver que a mão de Mafalda, que estava ao lado do corpo, se apertou discretamente, ele desviou o olhar sem expressão e falou para Gilberto: "Pode cadastrar as informações dela."

"Já cadastrei tudo." Gilberto respondeu, levantando a cabeça do computador.

Mafalda havia alcançado seu objetivo e sabia que Umberto e os outros não a queriam ali.

Demonstrando muita percepção, ela cumprimentou educadamente os responsáveis de cada laboratório e, com muita desenvoltura, despediu-se de Umberto antes de se preparar para sair.

Pouco antes de sair, Mafalda parou por um instante, virou-se de repente e olhou para a garota que estava recostada de lado na mesa do escritório, caminhando em sua direção.

Todos franziram a testa, sem entender o que ela pretendia.

Até Fáusio se assustou e tentou impedir: "A direção está toda aqui, qualquer coisa pode falar depois."

"Só quero bater um papo rápido com a Hera." Mafalda respondeu sorrindo, aparentando ser muito simpática, mas afastou sem esforço o braço de Fáusio que barrava seu caminho e continuou indo em direção à Hera.

O escritório não era grande.

Em poucos passos, Mafalda já estava diante da garota.

De moletom e boné, a garota continuava com seu jeito rebelde e despojado, brincando com um isqueiro nas mãos. O metal do isqueiro, já desgastado pelo tempo, carregava marcas de uso frequente.

Mafalda parou em frente a ela e disse: "Hera, então agora somos rivais, certo? Não vou perder pra você."

Mafalda olhou para ela, inconformada: "Dessa vez, vou dar tudo de mim! Hera, fique atenta."

"Acabou?" A garota jogou o isqueiro no bolso, levantou um pouco as pálpebras e, em seu olhar frio, Mafalda não encontrou o menor reflexo de si mesma.

"Acabei." Mafalda teve a sensação de que havia dado um soco num travesseiro – sem causar nenhum impacto. Apertou a mão, mordeu os lábios, e baixou ainda mais o tom, dizendo só para Hera ouvir: "Hera, eu não sou mais aquela que você conheceu há um mês. Se você ainda acha que vou perder fácil pra você, está sendo muito ingênua."

Hera apoiou-se na mesa e, de pé, imediatamente ficou meio palmo mais alta que Mafalda. Com os cílios negros baixando um pouco, ela respondeu com um tom de deboche nos olhos: "Achei que você conseguiria manter a pose até o fim, mas não chegou nem a sair da sala e já se entregou. Pelo jeito, continua igualzinha a um mês atrás. Sua atuação ainda está no mesmo nível, não melhorou quase nada."

O sorriso de Mafalda desapareceu e seu rosto ficou sério.

De repente, Hera se inclinou para frente, chegando bem perto dela. Quando seus olhares se encontraram, Mafalda hesitou por um instante, mas logo mordeu o lábio e manteve o queixo erguido, forçando-se a não recuar.