Era Diamante: Brilho romance Capítulo 698

Hera levantou o canto dos olhos, mas não se mexeu, nem mesmo mostrou interesse em pegar o gravador que estava sendo oferecido: "O que você tem para me dar é a gravação da ligação que você teve com Olinda naquela noite?"

Márcia, sem entender, levantou os olhos para encontrá-los com os dela, pressionou os lábios e disse: "Tem algo errado? Com essa gravação, você pode provar que ela estava por trás, instigando problemas, e ainda pode confrontar o tio dela para revelar sua verdadeira face."

Hera olhou para ela com os olhos semi-fechados, um olhar tão penetrante que parecia enxergar através dela.

Márcia sentiu-se ferida pelo olhar e desviou os olhos instintivamente, mordendo o lábio e disse: "Eu já fui punida pelo que fiz, ela... também teve parte nisso, não deveríamos simplesmente deixar para lá. Se eu tivesse conseguido te denunciar naquele dia, você talvez não pudesse mais estudar na universidade, você realmente deixaria isso passar tão facilmente?"

Hera se levantou sob seu olhar, devolveu o gravador sem sequer ouvir o conteúdo, baixou as pálpebras e respondeu de forma desinteressada: "Não é questão de deixar passar. É que nunca dei importância, não tem o que calcular."

"Mas..."

Márcia estava claramente agitada, o rosto vermelho de emoção.

"Ela também teve parte nisso, e amanhã ela vai ter uma festa de formatura no hotel, como se nada tivesse acontecido, você realmente está tranquila com isso?"

Ela parecia ser muito tímida, do tipo que tem dificuldade até para falar alto.

Mas Hera se lembrava muito bem de como ela havia sido insistente na diretoria, com uma força de vontade que poucos na Turma A poderiam igualar.

Definitivamente, Poliana e Nara, com toda a sua energia, não tinham a mesma capacidade de Márcia de manter a calma.

Hera desviou o olhar, sentindo de repente um tédio, não respondeu diretamente à pergunta, apenas disse: "Nem todo mundo gosta de ser manipulado, o que você não gosta, outros também podem não gostar."

O rosto de Márcia tornou-se pálido num instante.

Ela, que havia se levantado num ímpeto, agora se sentou de volta, debilitada, com os olhos vagando: "Eu só queria te defender, eu..."

"Já que você escolheu mudar de escola, daqui para frente é melhor você se cuidar!"

Hera não queria prolongar a conversa, terminou de falar, pegou seu celular, afastou a cadeira e foi embora.

Na realidade, comparada a Hera, ela era a lama!

Márcia mordeu os lábios com tanta força que sangraram, o gosto metálico se espalhando pela sua boca, apertando o gravador com ressentimento.

Seus olhos se encheram de lágrimas e indignação.

Hera podia não se importar, mas Márcia não estava disposta a deixar Olinda sair impune!

Se não fosse por Olinda, ela não teria precisado mudar de escola três meses antes do vestibular, nem ter ido para uma escola pior que a Escola Milagre.

E todas aquelas amizades na Turma A, perdidas!

Se Olinda não a tivesse provocado, como ela acabaria com uma punição que a seguiria pelo resto da vida?