Era Diamante: Brilho romance Capítulo 78

O suor da testa de Hera escorreu pelo queixo, caindo sobre a pequena pinça com a qual ela acabara de remover o tumor, jogando-a em um prato ao seu lado, enquanto ela começava a se preparar para a sutura subsequente.

A dificuldade da sutura era tão grande quanto a da remoção do tumor; um pequeno desvio em qualquer um dos procedimentos poderia levar ao fracasso da operação, culminando com a morte do paciente na mesa de cirurgia.

*

Fora da sala de cirurgia.

Alan já havia atendido vários telefonemas, constantemente atualizando Sertório sobre o progresso dos especialistas vindos da Cidade Liberdade.

Sertório, além de confortar Helena de vez em quando, parecia não estar preocupado com a Senhorita Fontes.

Enquanto fazia uma ligação telefônica, ele ouviu que todo o hospital estava comentando sobre "o estudante do ensino médio que estava sendo operado" - e até mesmo duas enfermeiras que passavam estavam discutindo se a equipe de neurocirurgia havia enlouquecido.

Alan, inquieto, notou que já estava escuro lá fora e que não havia sinal de atividade na sala de cirurgia. Ele se aproximou de Sertório e, baixando o tom de voz, disse: "Sr. Sertório, já se passaram quatro horas e a Srta. Fontes ainda não saiu. A Sra. Hollanda ainda está na Cidade Milagre e não voltou para a Cidade Liberdade. Ela foi uma estudante excepcional na faculdade de medicina, talvez eu devesse buscá-la? Pode ser que ela possa ajudar."

Não era que ele não confiasse em Hera, mas a Senhorita Fontes era muito jovem.

A Sra. Hollanda, apesar de ter se envolvido com o mundo do entretenimento durante a universidade, não podia ser subestimada, pois era inteligente e uma excelente estudante na Universidade Castelo, definitivamente mais capacitada que a Senhorita Fontes.

"Eu confio nela."

Sertório, alto e de pernas longas, encostado na parede, exibia a estatura de um modelo, emanando uma aura de alguém que não deveria ser provocado, embora seu olhar fosse sempre aparentemente despreocupado, dando a impressão de uma ameaça de um leão adormecido.

Você se atreveria a perturbar um leão em seu sono?

Alan fez uma cara difícil de descrever, incapaz de se conter: "Sr. Sertório, e se... Não estou xingando a Srta. Fontes, só estou dizendo que, e se ela falhar, ter alguém para substituí-la seria melhor do que ninguém, certo?"

Sertório o olhou de canto de olho, de forma preguiçosa e desinteressada: "Você está dizendo que Brunilda é melhor que um médico veterano de trinta anos do Hospital Público?"

Alan sentiu como se tivesse levado um tapa na cara, tocando o nariz embaraçado: "Não era isso que eu queria dizer, eu só..."

Kayo agarrou o primeiro médico que saiu, temendo ouvir más notícias, com o rosto pálido de nervosismo: "Doutor, como está meu pai?"

"Sr. Sertório, o médico saiu." - Alan também notou a movimentação na sala de cirurgia, com o coração na mão: "Será que a operação foi um sucesso?"

Os especialistas da Cidade Liberdade ainda levariam um tempo para chegar. Se a Senhorita Fontes falhasse agora, provavelmente só o Sr. Sertório poderia remediar a situação.

Alan sempre viu Hera como uma jovem sensata que lhe dava paz de espírito, mas agora ele não conseguia deixar de se sentir ressentido com ela, achando que ela tinha sido muito impulsiva nessa situação.

Sertório tinha os olhos arregalados, as mãos nos bolsos, o rosto bonito que não revelava nenhuma emoção, muito mais calmo do que Alan aparentava.

"Vamos lá, vamos embora."

Será que o Sr. Sertório realmente não estava com pressa?

Alan observou sua total confiança em Hera, sentindo-se como se, em uma situação em que o imperador não demonstra pressa, o eunuco se desesperasse, não tendo escolha a não ser segui-lo.