Era Diamante: Brilho romance Capítulo 82

Ele cobriu seus próprios olhos com as palmas das mãos, que eram quentes e secas, fazendo com que Hera sentisse apenas escuridão à sua frente.

Havia uma sensação indescritível em seu coração, como se uma pena tivesse passado levemente pelo seu peito.

Ela ainda estava tentando entender essa sensação quando Sertório já havia retirado a mão, segurando a criança ao seu lado com uma elegância indiferente: "Venha, vamos sair para que ela possa descansar".

"Sim." - Alarico, relutante em sair tão rapidamente, mas ciente do cansaço de Hera, seguiu Sertório obedientemente.

Hera os viu até a porta, e justo quando ela estava prestes a fechar, ele pareceu lembrar-se de algo e perguntou casualmente: "Aliás, por que você não me disse que sabia fazer curativos?"

Ela já havia preparado uma resposta para essa pergunta antes mesmo de sair da sala de cirurgia, então não estava nada preocupada. Levantou levemente as pálpebras, seus olhos escuros brilhando com serenidade: "Você nunca perguntou."

"..."

Sertório arqueou uma sobrancelha e sorriu.

Esse tipo de resposta era assertiva e inquestionável, exatamente como ela.

Ele não a pressionou mais, abandonando o assunto com um tom leve, e fechou a porta dizendo: "Boa noite".

*

Hera achou que teria problemas para dormir em um lugar novo.

No entanto, ela acabou dormindo profundamente até acordar naturalmente depois das dez horas da manhã seguinte.

A primeira aula da manhã foi com Delfina.

Com a cabeça pesada de ter dormido demais, Hera se levantou e notou que, ao lado da cama, havia um conjunto de roupas novas, cuidadosamente dobradas, e sua mochila também estava ali.

Havia um bilhete em cima delas.

Ao ler, viu uma linha de elegante caligrafia com caneta-tinteiro: [Liguei para a escola e avisei que você estava doente. Quando acordar, tome um banho e descanse. ]

A caligrafia era disciplinada, mas cada letra exalava uma arrogância sem igual.

Era a caligrafia de Sertório.

Ele havia pedido a ela que o desculpasse.

Hera, lembrando-se da cena em que ele a carregou para fora da sala de cirurgia no dia anterior, sentiu o coração acelerar e colocou o bilhete de lado. Ela pegou suas roupas na cama, encontrou o banheiro privativo do quarto e tomou um banho.

A ducha fria a acordou completamente.

Trocou de roupa e, não encontrando Sertório ou seu pequeno companheiro por perto, decidiu enviar-lhe uma mensagem antes de pegar sua mochila e ir para a escola.

Hera?

Ela puxou a cadeira e sentou-se, e Poliana, ao seu lado, imediatamente segurou sua mão com entusiasmo, quase pulando: "Hera, você sabe quantos pontos você tirou?"

"?"

Depois de pensar por um momento, considerando que, exceto pela redação final de português, que ela não escreveu por considerar muito trabalhosa, ela deveria ter somado 560 pontos nas seis matérias.

Antes que ela pudesse responder, Poliana, incapaz de conter-se, agarrou a manga de sua camisa, sorrindo de orelha a orelha: "560! Foram 560!"

"Hera, você é a primeira de toda a escola!"

Os resultados ainda não haviam sido distribuídos hoje, mas soube-se que os professores, a pedido da coordenadora da Turma B, haviam corrigido as provas durante a noite e calculado as notas, só divulgando os resultados hoje.

Se Poliana soubesse que a única razão pela qual Hera perdeu 40 pontos foi o fato de não ter feito a redação, provavelmente ficaria ainda mais furiosa.

Naquela hora, Rafael também estava encostado na parede, segurando uma bola de basquete, abandonando sua imagem de bom moço. Um bandana azul da Nike adornava sua testa, e ele estava radiante sob o sol: "Kayo também ficou em 12º lugar na escola toda, dizem que o professor da turma B ficou verde de inveja quando viu os rankings."

"Caraca, Hera, você mandou bem. Eu achei que você estava zoando quando disse que ia ficar em primeiro, mas você realmente arrasou nas notas."

Ele mal podia esperar para ver a turma B pedindo desculpas.