Eu！Matei a Vilã Secundária! romance Capítulo 401

No fundo mais profundo de sua alma, no instinto mais primitivo de seu cérebro, a existência dessas duas palavras, Noe Serpa, era a origem de toda sua infelicidade.

Inconscientemente, Inês Guedes murmurava: "Eu odeio o Noe... Noe... eu também me odeio..."

Dorival Zamith viu Noe através da janela de vidro. A preocupação que antes marcava seu rosto deu lugar ao choque.

Depois da surpresa, surgiu em seus olhos uma dor que não podia ser descrita como cãibras ou ossos sendo arrancados.

Ele, que se julgava inabalável, foi ferido, precisamente por uma mulher...

Inês, mesmo hipnotizada, ainda... se lembrava de Noe.

Quão profundo era esse ódio? Uma profundidade que nem mesmo o amor poderia superar.

"Ódio nos ossos" -essa expressão nunca foi apenas uma figura de estilo.

Noe, em frente à parede de vidro, observava Inês a chorar silenciosamente lá dentro. Ela não estava acordada, mas o seu rosto estava cheio de dor.

Naquele momento, Noe sentiu como se todas as suas defesas psicológicas se estivessem a desmoronar. Queria correr para dentro e dizer a Inês: "Vamos parar com isto, está bem? Podemos começar de novo, dá-me uma oportunidade de te compensar".

Mas a Inês já não era a mesma de antes.

Estava agora paralisada, fechada em si própria, fechando o coração e cortando relações com o mundo.

Noe preferia voltar atrás no tempo para encontrar a Inês de antes, aquela que o odiava tão fervorosamente, pelo menos ela estava viva, como uma lâmina afiada. Mas agora?

Noe hesitou fora do quarto por um longo tempo, até que o médico ajudou Inês a sair. A mulher, amparada pelo Dr. Werneck, cambaleava sem abrir os olhos, enquanto seu cérebro continuava adormecido.