Eu！Matei a Vilã Secundária! romance Capítulo 743

Naquele momento, Noe sentiu-se como se estivesse sendo brutalmente pregado numa cruz, com pregos de aço penetrando, quebrando ossos, enquanto sua carne por inteiro parecia estar sendo queimada.

Ele tremia, já sem forças para segurar a caneta em sua mão.

Quando Dorival narrou esses passados sangrentos do ponto de vista de um observador, como se contasse uma história, Noe, que viveu aqueles momentos, mal podia encará-los.

Dorival viu os olhos de Noe se encherem de lágrimas.

Desde que Noe perdeu a memória, sua personalidade mudou bastante, tornou-se rebelde e indomável, mas o que não mudou foi seu orgulho inato. Provavelmente, fazia muito tempo que não sentia uma dor tão lancinante; a intensidade daquela dor fazia Noe pensar que não conseguiria mais suportar.

"Eunice tornou-se uma paciente em estado vegetativo por razões desconhecidas, enquanto a Sra. Acelina foi presa na Villa Inverno Amargo meio ano atrás, após pressionar Inês e seu filho com Elvira Ulhoa, desencadeando o incidente de sequestro na Villa Inverno Amargo, o que quase lhe custou a vida."

Noe sempre pensou que não havia sido bom para Inês, mas nunca imaginou o quão ruim ele havia sido.

Agora ele percebeu que era um criminoso digno de morte.

Aquele tapa que Inês lhe deu na Austrália, quando se reencontraram, foi leve demais.

"Sr. Serpa…"

Vendo as emoções tão vivas de Noe, Dorival sentiu-se subitamente melancólico.

Noe mudou, de uma frieza impenetrável para um homem de carne e osso.

Ele costumava permanecer em silêncio mesmo quando o céu desabava, ferindo a outra parte com palavras mesmo amando profundamente. Mas agora, Noe sente dor, medo, tristeza, arrependimento, como um ser comum lutando sem encontrar libertação.

Mas e Inês?

Inês não era mais a mulher que chorava e fazia escândalos. Ela se tornou outro Noe, não voltaria atrás no amor, nem mesmo pediria para ficar.