Eu não sou fraco, Alfa romance Capítulo 110

Umayza

Acordo me sentindo dolorida, mas é um tipo bom de dor e Yade ainda está profundamente adormecida em algum lugar da minha mente. Observo meus Companheiros enquanto ambos ainda estão dormindo profundamente, seus braços envoltos em mim, e dou risadinhas suaves ao perceber que estou em apuros no momento em que precisar ir ao banheiro.

Consigo sentir suas emoções e sentimentos, sei que posso falar com seus Licantropos através da nossa ligação mental e sei que Yade ficará feliz por finalmente poder se comunicar com eles também. Sinto-me contente por ter meus Companheiros; sinto-me amada e protegida por eles e estou feliz que agora entendam completamente a extensão da minha habilidade.

Conri se mexe um pouco enquanto dorme, permitindo-me me desvencilhar dos braços que pertencem aos meus Companheiros, e silenciosamente me encaminho para o banheiro. Me aproximo do espelho para dar uma olhada na minha marca, pois fico curiosa para saber como ela será.

Uma marca sempre mostra uma combinação de ambas as Alcateias e é cercada pelos nomes dos dois Companheiros. No meu caso, isso significaria três nomes, mas não faço ideia de como o restante da minha marca será, já que Conri, Evander e eu somos membros do Exército do Rei e não estamos mais ligados às nossas antigas Alcateias pelo vínculo da Alcateia.

Pisco os olhos algumas vezes, pois tenho dificuldade em registrar o que estou vendo; em vez de nossos nomes em um círculo ao redor da minha marca, nossos nomes se cruzam. Meu nome termina no nome de Evander e o mesmo acontece com o nome de Conri, com uma coroa colocada entre meu nome e o de Conri, e do lado de fora, ao lado do meu nome, há uma Lua Brilhante, enquanto ao lado do nome de Conri, vê-se um Crescente Branco.

Por alguns momentos, apenas encaro minha marca; nossos nomes são dourados, assim como a coroa, e mal posso esperar para mostrá-la ao Papai. Ele foi quem explicou o significado de uma marca para mim e sei que ele gostaria de ter me mostrado sua própria marca, mas dentro de alguns meses após a morte da Mamãe, ela desapareceu.

-Você está acordada, Pequeno Fantasma?- Tarja pergunta através da ligação mental e, depois de eu responder, ela me diz que estaremos partindo em algumas horas. Decido deixar meus Companheiros dormirem um pouco mais enquanto tomo um banho e, assim que termino, os acordo, beijo ambos e digo que precisam tomar banho.

O café da manhã é um pouco caótico, pois todos estão fazendo perguntas ao mesmo tempo, e decido bloquear suas vozes. -Vocês deram uma olhada na sua marca?- Pergunto a Evander e Conri através da ligação mental, eles me dizem que não e conto a eles como é a minha marca.

Se o Papai me explicou corretamente, a marca deles será idêntica à minha. Conri diz que nunca ouviu falar de uma marca parecida e os três começamos a discutir se há uma maneira de descobrir se a nossa é especial ou não. -Podemos pedir a um dos membros do Conselho para investigar ou podemos perguntar a Ragnar e Aziza.- Responde Evander.

Leva um tempo até que tudo esteja limpo e empacotado, mas eventualmente estamos prontos para voltar para a Academia. Orion está me acompanhando no SUV com Conri e Evander, já que o Capitão Armand considerou que o perigo para mim foi resolvido.

Pelo menos enquanto minha habilidade não for conhecida pelo público em geral, o Capitão Armand acredita que, uma vez que se torne de conhecimento comum, haverá aqueles que tentarão me sequestrar e usar minha habilidade para benefício próprio. Kane, Mylo e Jasper rugiram com suas palavras e levou um tempo para acalmá-los.

Orion está dirigindo enquanto estou aconchegada entre meus Companheiros bem atrás dele, o SUV está preenchido por um silêncio confortável enquanto voltamos e não demora muito para que eu seja embalada pelo sono. Conri me carregando do SUV é o que me acorda em nossa primeira parada da jornada.

Orion pergunta a Malik quando ele irá se dirigir ao seu Irmão, -O Capitão Armand conversou com o membro do Conselho Boaz e ficarei na Academia até que Umayza tenha dado seu testemunho, quero ouvir o que ela descobriu tanto quanto o resto de nós.- Ele responde a Orion.

Depois de nos sentarmos para o almoço, tiro meu celular do bolso e vejo uma mensagem do meu Pai, -Diga a esses Companheiros seus que precisamos conversar.- E murmuro suavemente as palavras -Ai Ai- sabendo o que ele quer dizer com isso. -Quem está em apuros desta vez?- Boris pergunta e vejo Evander e Conri olhando para mim.

O Capitão Armand acha que, com meu histórico, eu farei um ótimo Assassino e com treinamento de meu Pai, ele acredita que conseguirei terminar meu treinamento rapidamente. No entanto, ainda não tenho certeza se tenho o que é preciso e acho que tenho que discutir isso com meu Pai, -Papai vai adorar treinar você e você terá a chance de construir um vínculo com ele.- Jasper responde ao meu pensamento.

Jasper não teve problemas em se referir a Gray como Papai e me pego chamando-o de Papai quando estou falando com Jasper, mas ainda não disse em voz alta. Ainda parece surreal ter um Pai e não sei o que vou chamá-lo no momento em que o encontrar, mas também sei que não importará para ele.

O último trecho de nossa jornada passa voando enquanto escuto Umayza discutindo com Evander e Conri, eles querem saber o que ela viu nas memórias e Umayza se recusa a contar. Acho que entendo por que ela não quer contar, é ruim o suficiente que ela possa ter que recontá-las duas vezes.

Umayza espera poder persuadir o Conselho a recontar as memórias apenas no Tribunal e eu a apoiarei quando se tratar dessa discussão, não é necessário para ninguém ouvir sobre isso duas vezes. Se ela desmaiar é um indicativo, acho que o que ela testemunhou é ruim o suficiente.

Jasper parece saber um pouco do que ela viu, mas assim como Umayza, ele se recusa a discutir comigo e respeito sua decisão. Acredito que ele só saiba porque Yade precisava de alguém para conversar e seu irmãozinho era a escolha lógica para confiar.

Eu o vejo no momento em que chegamos à Academia e consigo perceber que ele está tão nervoso quanto eu sobre nos encontrarmos, mas quando nossos olhos se encontram, parece que cheguei em casa. Umayza corre até ele no momento em que sai do SUV e sorrio ao vê-la pular em seus braços.

Jasper me incentiva a caminhar em direção ao nosso Pai e depois que ele coloca Umayza no chão, ele se vira para mim, não preciso pensar enquanto caminho para seus braços. Sinto as lágrimas escorrendo pelo meu rosto enquanto inalo seu cheiro e sorrio ao perceber que isso é o que tenho sentido falta todos esses anos.