Eu não sou fraco, Alfa romance Capítulo 582

Ponto de vista de Jocelyn

Eu mal tinha seis anos quando os primeiros sequestros aconteceram e meu irmão ficou perto de mim, depois que os primeiros rumores começaram a surgir.

Ele nunca estava longe e eu sempre me sentia muito mais segura com ele por perto. Minha melhor amiga, Indigo, zombava disso no início, até que o irmão dela ouviu falar dos rumores também e então nós duas tivemos um guarda-costas.

Nossa família se mudou para a casa da Indigo, porque eles moravam mais perto da casa da Matilha e era muito mais seguro viver lá.

Nossos dias consistiam em aulas na casa da Matilha, em vez de ir para a escola, e depois ficávamos em casa. Sempre havia alguém nos esperando depois da aula e essa pessoa ficava conosco pelo resto do dia, era a mesma coisa para todas as fêmeas não acasaladas em nossa Matilha.

Isso se tornou nosso novo normal, algo que eu achava que nunca me acostumaria. Eu cresci correndo pelo território e então um dia a diversão acabou, naquela época não fazia sentido para mim.

No meu décimo quarto aniversário, meus pais explicaram o que estava acontecendo e por que outras Matilhas tentavam sequestrar fêmeas não acasaladas. Eu pensei que eles estavam exagerando, até o dia em que a guerra começou e eu testemunhei uma fêmea sendo marcada à força, antes de ser levada para o outro lado da fronteira.

Aquilo foi um alerta para mim e para Indigo, um dia que nenhuma de nós jamais esqueceria. Foi também o dia em que paramos de confiar em um macho, porque ficou claro que qualquer macho poderia ceder ao desejo de reivindicar uma companheira.

Indigo e eu criamos uma rotina própria, depois do jantar íamos para o nosso quarto e só falávamos através da ligação mental. Era mais seguro assim, ninguém saberia que estávamos lá e no início achamos que éramos bobas por fazer isso em nossa própria casa.

Quando Indigo e eu tínhamos dezesseis anos, fomos transferidas para a casa da Matilha e quase nunca vimos o exterior novamente. Apenas em raras ocasiões o Alfa reunia guerreiros suficientes no quintal e isso nos permitia passar algumas horas ao sol.

Nosso décimo oitavo aniversário chegou e passou, nenhuma de nós encontrando uma conexão com um dos membros da Matilha e sabíamos que isso significava que eventualmente teríamos que escolher um companheiro.

Nosso Alfa decidiu deixar essa escolha para as fêmeas, afinal, nós tínhamos todo o poder e qualquer um que tentasse desafiar as ordens do Alfa enfrentaria a morte. Ninguém podia marcar uma fêmea à força e uma fêmea deveria informar nosso Alfa de sua escolha, não seus pais, irmãos ou amigos.

Ele acreditava que se a Deusa não nos emparelhava mais, significava que deveríamos escolher por nós mesmas e por esse motivo ele nos fez escolher nosso futuro companheiro.

-Eu vou matá-lo.- Indigo diz e não me importo com qual deles ela está falando, porque vou matar o outro.

Ouvimos nossos irmãos planejando nos marcar à força e estou prestes a contatar meus pais, -É bom que nossos pais estejam do nosso lado, isso facilitará enganar o Alfa.- Meu irmão diz e sei que vamos sair do território esta noite.

-Assim que elas se forem, entraremos e faremos uma mochila. Estamos partindo esta noite, nossa melhor aposta será a Matilha da Montanha Branca.- Indigo diz em minha cabeça e eu assinto com a cabeça.

Ainda estou tentando entender o fato de que nossos pais nos venderam e, enquanto isso, estamos ambas arrumando nossas coisas.

Tivemos tempo suficiente na casa da Matilha para ver um padrão nas patrulhas e sabíamos que poderíamos passar por esses guardas e sair do território.

A única coisa que restará em nosso quarto depois que sairmos será uma nota, uma nota para nossos pais: Vocês nos venderam.