Eu não sou fraco, Alfa romance Capítulo 648

Ponto de vista de Alayah

Meu nome é Alayah, uma Lycan de dezesseis anos. Estou sentada no alpendre dos fundos, observando minha mãe deitada perto do canteiro de flores, perdida em seu próprio mundo como de costume.

Ela sempre foi distante, indo e vindo da minha vida desde que eu era pequena. De acordo com a vovó, minha mãe cuidou de mim quando eu era bebê, mas assim que eu era velha o suficiente para reagir, ela começou a se afastar. Ninguém nunca me disse o porquê.

O jantar sempre é o mesmo quando ela está por perto: silencioso, tenso. A vovó e eu somos quem mais conversamos, embora até ela saiba que não deve esperar muito da minha mãe.

Depois do jantar, eu me retiro para o meu quarto para me concentrar nos meus estudos de contabilidade. Escolhi esse caminho porque a maioria dos líderes da Matilha odeia fazer isso, e eu quero ajudar o nosso Alfa. É a minha maneira de contribuir, de encontrar algum controle em uma vida onde a ausência da minha mãe sempre foi constante.

Quando acordo na manhã seguinte, eu já sei - minha mãe se foi novamente. Ela sempre sai no meio da noite, e nós apenas esperamos que ela volte, embora uma parte de mim espere que ela nunca mais volte. Outra parte de mim ainda se agarra à ideia de que talvez, apenas talvez, pudéssemos ter um relacionamento normal.

Não era sempre assim. Meu pai morreu em um ataque de Rogues seis meses depois de terem se marcado. A vovó me disse que eles eram Companheiros, e a mãe ficou devastada depois de perder o pai, e mesmo descobrindo que estava com Pup não conseguiu sair da depressão, a vovó teve que ficar de olho nela vinte e quatro horas por dia.

Ela ficou até eu ter oito anos, então começou a desaparecer por meses a fio, nunca se importando com a minha vida ou perguntando sobre a escola.

A única coisa que ela sempre fez foi sentar-se ao lado do canteiro de flores que meu pai plantou para ela, olhando para o céu. Eu mantenho esse canteiro vivo - é a única lembrança que tenho do meu pai.

Então, apenas alguns dias antes de completar dezessete anos, algo mudou. A mãe voltou depois de meses longe, olhou para mim pela primeira vez em anos, e simplesmente disse: -Sinto muito, mas você me lembra muito ele.- Ela partiu novamente logo depois, e foi a última vez que a vi.

Finalmente entendi - a dor dela estava ligada a mim, a quanto eu me pareço e ajo como meu pai. Eu tinha o cabelo preto como azeviche e olhos verdes esmeralda. Parecia que eu era uma cópia exata dele, com a diferença de que eu sou uma fêmea.

Eu queria saber mais sobre o papai e estava conversando com o irmão da vovó, Tio Rex, e ele deixou escapar que o papai era o irmão mais velho do nosso Beta, e percebi que tinha mais família do que imaginava.

Então, decidi visitar a Casa da Matilha, em busca de respostas.

Ao me aproximar da Casa da Matilha, senti um nó se formar no meu estômago. Topaz e eu nos preparamos para o pior - minha família me rejeitando assim como a mãe havia feito.

O Alfa Randell pareceu surpreso quando me viu.

-Bom dia, Alfa,- eu disse.

-Bom dia. Acho que nunca nos conhecemos. Quem é você?- Sua voz era curiosa, mas não áspera. Ao lado dele estava uma figura alta e imponente. Meu tio.

-Meu nome é Alayah,- respondi, mantendo seu olhar. -Moro com minha avó perto da fronteira leste.

O Alfa Randell olhou para o meu tio, e percebi a confusão em seu rosto. Lá estava - a pergunta que ele não faria. Eu não ia lhe dar a satisfação. Se meu tio quisesse saber se eu era sua sobrinha, ele poderia me perguntar. Eu não facilitaria as coisas para ele.

Mais tarde, eles vieram até mim. O Alfa Randell me explicou que não contou a eles sobre mim porque ainda estavam lamentando a perda do meu pai e que a família dele nunca se importou realmente com a minha mãe. Tive que perguntar ao avô sobre o motivo, já que o Alfa Randell nunca entendeu isso.

***

5 Anos Depois

-Alayah, você está esperando há muito tempo?- Ouço meu avô perguntar e sorrio para ele enquanto balanço a cabeça, nos últimos cinco anos tenho ido à Casa da Matilha regularmente.

-Olá, avô.- Eu digo enquanto aponto para meu prato vazio e ele sorri para mim enquanto balança a cabeça.

O vovô tem um olhar preocupado no rosto e eu acho que tem a ver com o nosso futuro Alfa, Marc, encontrando sua Companheira, -Desculpe, Querida. Estou atolado como sempre, não consigo entender esses números e o Alfa Randell quer que tudo esteja pronto antes do grande dia.- O avô diz enquanto se senta na cadeira ao meu lado e eu sorrio ao lembrar do avô e do tio Paul reclamando do trabalho extra que o Alfa Randell lhes deu.

Na noite passada, estávamos especulando como isso poderia funcionar, a Companheira de Marc acontece ser a única Filhote da nossa Alcateia vizinha. Minha melhor suposição seria que eles vão unir as Alcateias, dar um novo nome e talvez até construir uma nova casa da Alcateia em algum lugar no meio do território.

Também dá a cada macho e fêmea solteiros a chance de encontrar sua conexão, mal posso esperar para encontrar minha própria conexão com minha Companheira e encontrar meu final feliz.

Encontrar alguém que me amará pelo que sou, que estará sempre ao meu lado. Finalmente ter alguém que não vai me abandonar, sempre que tiver a chance.