Eu não sou fraco, Alfa romance Capítulo 653

Ponto de vista de Alayah

Eu faço uma lista de tudo o que quero mover da casa da vovó para o meu quarto, vou colocar minha mesa aqui, pois preciso estudar de vez em quando.

-Você pode fazer isso na casa da vovó, assim evitará que outros te interrompam-, sugere Topaz e eu assinto enquanto penso sobre essa opção. Quando terminei de escrever tudo o que quero trazer para cá, Anton entra para me levar para o andar do Alfa.

-Marc e Crystal acabaram de chegar, Marc me pediu para te trazer junto. Ele parece pensar que vamos assustar a sua Companheira-, diz Anton e consigo entender a preocupação de Marc, meu primo pode ser um idiota de vez em quando.

Assim como eu, Anton não tem filtro, a diferença é que eu sei quando ficar calada e isso é algo que Anton é incapaz de fazer, a menos que esteja em uma reunião.

Com família e amigos ao redor, Anton tende a dizer o que lhe vem à mente e eu já fui envergonhada por ele mais vezes do que gostaria de lembrar.

Ele me conhece há pouco mais de cinco anos e ainda parece saber todos os meus segredos, mesmo que eu não tenha nenhum, mas é como se tivesse.

Ele sempre faz comentários que me fazem ficar vermelha de vergonha e depois, para piorar, ele me elogia pela cor bonita que meu rosto fica.

O Gamma John tem me treinado desde que conheci a família do meu pai e ele está esperando pelo dia em que eu vou dar uma surra em Anton, algo que Topaz está ansiosa para ver.

O avô me pediu para avisar toda a Alcateia quando isso acontecer, porque ele quer fazer uma aposta sobre quanto tempo vai demorar para eu colocar Anton no lugar, e sei que quase todos os membros da Alcateia estão esperando por esse dia para anunciar o vencedor da aposta.

-Alayah, você chegou-, ouço Marc exclamar e dou risada enquanto ele puxa uma mulher loira em minha direção.

-Marc, você me pediu para vir conhecer sua Companheira e, como sua amiga, acredito que tenho o direito de explicar algumas coisas sobre você para ela-, respondo enquanto lhe dou um abraço rápido. Olho para Crystal enquanto seus olhos vão de Marc para mim e digo para ela não se preocupar.

-Fico feliz que ele tenha encontrado sua Companheira e que não seja eu, duvido que ele sobreviveria morando comigo por mais de vinte e quatro horas-, digo brincando e ela ri da careta no rosto de Marc.

-Alayah, é melhor você cuidar da sua língua. Marc será seu Alfa um dia-, diz Anton ao meu lado antes de se apresentar para Crystal.

Crystal me pergunta por que a vovó saberia algo assim e quando explico que ela costumava ser professora, ela me entende.

A vovó sempre foi capaz de responder a todas as minhas perguntas e, na maioria dos casos, tinha uma história para acompanhar, algo que sempre gostei de ouvir. Ela é uma ótima contadora de histórias e sempre tinha uma história incrível para me contar antes de dormir, cada uma delas me ensinando uma lição valiosa.

Conforme fui crescendo, as histórias mudavam, nem todas com um final feliz. Ouvi sobre antigos Reis e Alfas que erraram, ouvi sobre machos e fêmeas tentando ganhar poder e status e ouvi sobre como o vínculo de Companheiros funcionava séculos atrás.

Pensei que nossa Deusa nos tinha abandonado, mas a vovó me disse que nossa Deusa decidiu voltar ao antigo modo de encontrar um Companheiro. Um modo que funcionou por séculos, antes dela decidir interferir no vínculo de Companheiros e fazer com que mais machos e fêmeas fossem rejeitados.

A vovó está convencida de que a Deusa aprendeu com seu erro e, após séculos observando seus filhos rejeitando aquele que era mais adequado para eles, ela voltou a um modo que sabia ser melhor para todos nós.

Segundo a vovó, levou muito tempo para que nossos Lobos e Licantropos se acostumassem com esse modo novamente, mas hoje em dia nossos Lobos e Licantropos podem sentir uma conexão imediatamente e a partir daí o vínculo de Companheiros cresce.

Topaz e eu ainda estamos esperando pelo dia de sentir essa conexão com alguém e vamos esperar por esse dia até darmos nosso último suspiro, não vamos nos contentar com um Companheiro escolhido.