Eu não sou fraco, Alfa romance Capítulo 815

POV: Benjamin

Depois de conhecer Aspen e Hunter, Daniel me pediu para voltar ao Palácio, estava mais do que disposto a fazê-lo, mas não pelo motivo que ele imaginava. Sim, eu queria estar perto da minha nova filha e neta, mas esse não era o motivo principal.

Jayce foi o primeiro a vir falar comigo, no dia em que Hunter nos mostrou do que era capaz. Ainda me lembro da expressão em seu rosto enquanto estávamos sentados em seu escritório, um escritório que ele ocupará até assumir o lugar de seu pai.

Jayce parecia nervoso enquanto eu me sentava na poltrona em frente a ele. Ele havia me pedido para encontrá-lo ali, e eu sabia que era importante. Não o pressionei para falar comigo; ele começaria a falar quando estivesse pronto.

— Avô, encontrei minha Companheira. — Ele diz, mas o olhar em seus olhos me dizia que algo está errado, e eu espero que ele me conte tudo. Minha expressão se desfaz quando ele me disse que ela ainda não atingiu a maioridade e que não sabe como lidar com isso até lá.

— Jayce, quanto tempo levará até que ela atinja a maioridade? — Pergunto a ele, e realmente fico com pena quando ele me diz que, pelas próximas três Luas da Colheita, ela não será capaz de perceber.

— Jayce, você está me dizendo que Hunter é sua Companheira? — Pergunto, mesmo que eu já saiba a resposta. Ele assente enquanto vejo uma tristeza em seus olhos que nunca vi antes e pergunto o que posso fazer por ele.

Ele pergunta se estou disposto a voltar para o Palácio e ficar de olho em Hunter enquanto ele realiza pequenas missões para o Conselho.

— Não acho que consigo me controlar, nem a Colt, se estivermos perto dela vinte e quatro horas por dia.

Não quero alertá-la. Papai sempre nos disse que os menores de idade devem descobrir por si mesmos. Quero que ela aproveite a vida, não que se preocupe com um Companheiro superprotetor. — Ele disse, e eu respondo que ficarei de olho nela.

No dia seguinte, foi Justin quem confidenciou em mim e, no dia seguinte, Jax e Jason vieram até mim. Cada um deles me fez a mesma pergunta: se eu manteria segredo e não contaria a mais ninguém. Agora, tenho que guardar esse segredo dos meus próprios netos.

Eles não têm consciência de que todos compartilham a mesma Companheira, e eu me pergunto se isso já aconteceu antes. Mas como descobrir sem quebrar minha promessa a eles? Nem sei se conseguirei encontrar uma resposta.

É a primeira Lua Cheia após a Lua da Colheita, e estou sentado em um banco perto do túmulo das minhas meninas. Minha mente não para de girar, pensando em meus netos sendo todos Companheiros da minha neta, e isso está deixando a mim e a Reginald loucos.

Não sabemos onde procurar respostas ou a quem perguntar. Envio uma oração para minhas meninas, mesmo sabendo que elas não me responderão. Minha mente repassa tudo o que ouvi e vi desde que descobri que todos são Companheiros de Hunter, e sei que eles precisam se manter afastados dela o máximo possível.

Já vi os olhares que eles lançam para os machos não acasalados no Palácio ou nos campos de treinamento, e já os ouvi rosnar em algumas ocasiões. Até agora, eles conseguiram convencer Daniel e Aspen de que são apenas protetores da irmãzinha.

Felizmente, Hunter parece não estar ciente de nada e está apenas aproveitando sua nova vida. Seu tio foi punido pelo Conselho e atualmente está proibido de se aproximar dos terrenos do Palácio. Seu avô, por outro lado, é outra história. Ele tenta quase todos os dias se aproximar dela, mesmo que não tenha permissão para entrar no Palácio.

Não que Hunter ou Justice permitam. As duas não têm interesse naquela família de jeito nenhum e deixam isso claro sempre que podem. Justice, principalmente, rosna para ele, enquanto Hunter lhe lança olhares assassinos.

Quando ela completou quinze anos, Alfred lhe presenteou com as joias da família, e ela planejava jogá-las na cara dele, mas Gabe interveio dizendo:

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