Ela virou a cabeça levemente e viu o sorriso suave de Afonso, fazendo o coração de Zélia bater mais rápido.
"Deixa que eu faço."
"Já estou quase terminando, não se mexa senão vai bagunçar tudo." Afonso segurava uma mecha do cabelo de Zélia com uma mão, enquanto com a outra pegou um elástico, deu duas voltas, ficou meio solto, três voltas, temia que ficasse apertado demais e a machucasse.
"Normalmente eu uso três voltas." Disse Zélia.
"Então tá, vou fazer três voltas, se doer me avisa."
Afonso finalmente conseguiu prender o cabelo dela, suspirou aliviado, "E aí, como ficou minha habilidade? Boa, né?"
"Não sei, não consigo ver."
"Então olha."
Afonso já estava com o espelho diante dela. Zélia raramente olhava-se no espelho, deu apenas uma olhada rápida e murmurou um som de aprovação.
"Não está ruim."
Afonso sorriu levemente, com as mãos nos bolsos do jaleco branco, baixou a cabeça e se aproximou de Zélia, "Conseguir um elogio seu, Dra. Sousa, não é fácil, que tal sairmos para tomar um café como recompensa?"
"Você não vai para casa hoje?"
"Estou de plantão, hoje não vou." Afonso respirou fundo, reunindo coragem, e encostou a cabeça no ombro de Zélia, "Fica comigo para tomar um café."
Zélia sentiu seu coração bater ainda mais rápido e apressadamente afastou a cabeça dele, "Não seja assim, eu já disse que entre você e eu deve haver distância."
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