Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 173

Ao ouvir aquilo, André franziu a testa imediatamente.

— O Felipe nem sequer foi incluído na árvore genealógica da família. A família Martins vai, obviamente, preferir o Gabi primeiro.

Assim que ouviu isso, Tatiane mudou de expressão como quem fosse cair em lágrimas a qualquer momento.

— Eu estou com você há tantos anos, nosso filho já está crescido, e agora você vem dizer que ele não é digno?

— Não foi isso que eu quis dizer...

André apressou-se em tentar acalmá-la.

— Até hoje o senhor Henrique nunca reconheceu a mim e ao Felipe! Ele é seu filho legítimo, e mesmo assim não pode nem entrar oficialmente na família Pereira. Pra todo mundo, ele não passa de um bastardo...

Tatiane chorava cada vez mais alto, os olhos vermelhos.

André ficou visivelmente incomodado. Na prática, quem ainda mandava na família Pereira era seu pai. Apesar de tecnicamente aposentado, todo o poder, tanto na empresa quanto no clã, ainda estava nas mãos dele.

Sem falar que o Gabi foi criado diretamente por ele desde pequeno. O velho o tinha como herdeiro certo e desprezava completamente o segundo filho. Era quase certo que toda a herança ficaria com Gabriel.

André abraçou Tatiane com força, tentando consolar a esposa. No entanto, naquele rosto maduro e elegante, um brilho frio e determinado surgiu por um instante.

Mesmo que Gabriel se divorciasse da Beatriz, ele ainda tinha aquela modelo vulgar ao lado. De uma forma ou de outra, sua futura esposa jamais seria uma jovem de família poderosa.

E quando aquele velho caísse morto (e esse dia certamente chegaria), seu filho Felipe entraria oficialmente na linhagem da família. Então, bastava arrumar um casamento vantajoso, com uma garota de pedigree. E, com a força unida de duas famílias, ela sabia que conseguiriam tirar Gabriel do trono.

Com a ideia formada na cabeça, Tatiane fechou o punho com força. Seus olhos brilhavam com frieza e ambição.

Na rua, do outro lado da cidade...

Vinte minutos depois, Rafael enviou para Gabriel o número de Letícia.

No telefone, comentou:

— O senhor está mesmo disposto a aceitar a escolha do seu pai? Vai sair com a filha da família Martins?

— Sair uma ova! — Explodiu Gabriel, com a voz cheia de fúria.

Rafael ficou confuso.

— Ué... Mas o senhor me mandou achar o número da moça com tanta urgência...

— Porque a porra da Letícia levou a Beatriz embora! Eu estava tentando seguir e perdi elas de vista! — Gabriel respondeu, irritado ao extremo.

Rafael ficou em choque.

“Letícia tinha levado a Sra. Beatriz? Como assim?”

— Foi... Um sequestro por ciúmes? Quer que eu chame a polícia?

[Letícia, onde vocês estão? Devolve a Beatriz pra mim, agora!]

Letícia leu e fez uma careta, completamente sem paciência. Nem se deu ao trabalho de mostrar a mensagem para Beatriz, não queria poluir os olhos da amiga com tamanha estupidez.

“Devolve”?

“Como se a Beatriz fosse um objeto dele?

Patético.”

Estava prestes a clicar em “bloquear”, mas de repente teve uma ideia. Um pequeno sorriso no canto da boca surgiu. Ela digitou uma resposta rápida, mandou... E só então adicionou o número à lista negra.

Colocou o celular de volta na mesa, serena, e olhou para a amiga do outro lado:

— Pronto. Agora ele não enche mais o saco.

— Desculpa por ele estar te incomodando. — Disse Beatriz, visivelmente constrangida.

— Imagina! Qual é, nós somos quase irmãs, né? — Letícia respondeu, rindo, com um tom leve.

As duas voltaram a comer tranquilamente, retomando o clima de sossego.

Enquanto isso, parado no acostamento, Gabriel encarava a tela do celular com a cara fechada, mais preta que fundo de panela.