Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 194

Logo depois de falar, a ligação foi encerrada na cara dele, deixando Eduardo em silêncio absoluto.

E como se não bastasse, sua irmã ainda mandou uma mensagem com um toque cruel de deboche:

[Bem-feito! Quem mandou não arrumar logo uma cunhada pra mim? Agora tem que implorar companhia por aí, solteirão...]

Eduardo ficou sem palavras...

Essa irmã não dava mais. Devia ter jogado fora no lixo reciclável anos atrás.

Já no final do expediente, Letícia saiu do escritório com meia hora de antecedência, toda feliz e saltitante. E por que essa ousadia?

Simples: a empresa era da família dela. Letícia era a famosa senhorita herdeira, e trabalhar ali era mais uma forma de passar o tempo do que qualquer outra coisa. Afinal, ela detestava ficar o dia inteiro com aquelas socialites sem assunto em cafés caros.

Dirigiu direto até a empresa onde Beatriz trabalhava, levando consigo alguns mini bolos, queria surpreender a amiga.

No departamento de design.

Letícia apareceu com uma bolsa de grife no braço, vestindo um longo deslumbrante e caro, saltos finíssimos nos pés, esbanjando elegância e luxo por todos os poros.

Ela ajeitou os cabelos em ondas largas com um leve toque de diva e perguntou a um dos funcionários perto da porta onde ficava a mesa de Beatriz. A pessoa, um pouco surpresa, levantou os olhos e apontou a direção.

Assim que Letícia se afastou, a funcionária não resistiu e deu uma olhada para trás.

Que perfume maravilhoso. E não era desses fortes de marca popular, tinha um cheiro natural, sofisticado. Sem falar na postura. Era óbvio que era alguém de berço rico. Ela até reconheceu a bolsa: só aquela peça já custava sete dígitos.

Com um look tão chamativo e um rosto tão bonito, Letícia logo chamou a atenção de todos no setor. Os funcionários da criação começaram a cochichar, curiosos sobre quem seria aquela mulher tão elegante… E, principalmente, por que ela estava indo justamente até Beatriz.

Naquele momento, Beatriz ainda trabalhava concentrada. Ouviu o som de saltos se aproximando, mas nem se virou.

Sentiu um leve toque no ombro e respondeu automaticamente:

— Pode deixar aí, daqui a pouco eu olho.

— Será que não dá pra olhar agora não? — Disse uma voz familiar atrás dela.

Beatriz virou-se de repente e, ao reconhecer quem era, um sorriso iluminou seu rosto.

— Você por aqui?! — Disse, levantando-se surpresa e feliz.

Letícia deu um risinho e colocou a bolsa sobre a mesa.

Nesse momento, uma colega da equipe espiou por cima do monitor e perguntou:

— Beatriz, ela é sua amiga?

— Sim, veio me ver e aproveitar pra me buscar depois do trabalho. — Respondeu Beatriz, tranquilamente.

Mal terminou a frase, uma voz estridente ecoou no ambiente, carregada de sarcasmo e má vontade:

— Estamos em horário de expediente. Desde quando pode receber visitas aqui na empresa?

O ar ficou tenso em um segundo.

Beatriz virou levemente o rosto, enquanto Letícia cruzava os braços e encarava a mulher que havia acabado de falar, uma funcionária mais velha, com olhar crítico e azedo.

— Toda casa tem suas regras, e toda empresa também. Nem mesmo os diretores trazem amigos assim, do nada. E você, Beatriz… É só uma líder interina. — Disse ela, com ênfase no tom depreciativo e um olhar carregado de provocação.