Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 204

Ele levantou o olhar por instinto. No instante em que os olhos se cruzaram, ambos estreitaram o olhar. Havia tensão no ar, como se uma faísca invisível começasse a crepitar entre os dois.

— Sr. Eduardo deve estar bem decepcionado, né? Esperava uma beleza quente e doce... E deu de cara comigo, estragando sua caçada noturna. — Disse Gabriel, com os lábios curvando-se levemente, o tom carregado de ironia venenosa. — Quer que eu mande chamar alguma donzela, pra vocês poderem flertar sob a luz da lua?

Provocou.

Eduardo se endireitou. Respondeu com um riso sarcástico:

— Quem tá querendo caçar por aqui, na verdade, é você, Sr. Gabriel. Eu é que esbarrei sem querer na sua reserva de caça. Mas relaxa, já estou de saída. Só não joga lama em mim.

Gabriel o encarou com frieza, retrucando de imediato:

— Eu não sou como você, Sr. Eduardo, cheio de amores espalhados por aí. Eu sou um homem comprometido, que respeita sua esposa. Um verdadeiro exemplo de masculinidade ética.

Ao ouvir isso, Eduardo arqueou as sobrancelhas. Teve que se segurar pra não soltar uma gargalhada debochada. Estava tentado a descer o nível, mas resolveu manter uma fina camada de cortesia.

— Ah, claro... Um homem de princípios. Tanto que sua esposa já pediu o divórcio. De tanto que você a respeitou, ela foi parar no hospital. — Respondeu com um sorriso cínico. — Sem falar da amante, né? A tal “reserva técnica” que você agora exibe com orgulho por aí... Sr. Gabriel, você é mesmo um exemplo a ser seguido. Eu jamais alcançaria seu nível. Me sinto até envergonhado perto de tanta moralidade.

Gabriel cerrou os punhos, os dentes pressionados com força. A raiva quase transbordava.

Esse Eduardo era mesmo insuportável. Sempre aparecia pra confrontá-lo, com aquele jeito presunçoso e aquela língua venenosa.

— Sr. Eduardo, pelo visto o senhor bebeu demais. Só isso explicaria ter tomado água da privada achando que era vinho. — Disparou Gabriel, com desdém.

— Se eu cheguei a esse ponto, então você, Sr. Gabriel, deve ter aberto a tampa da fossa e tomado direto do cano de esgoto. — Respondeu Eduardo, com um meio sorriso gelado.

A troca de farpas continuava intensa. Cada frase era uma estocada, o ar carregado de tensão invisível.

Gabriel não tirava os olhos de Eduardo. Este, por sua vez, olhava de volta com um brilho provocador no olhar. De repente, uma ideia surgiu, uma forma perfeita de irritar ainda mais o rival.

— Ah, não vou mais atrapalhar seu momento aqui, Sr. Gabriel. Fique à vontade, esse espaço é todo seu. — Comentou Eduardo, com naturalidade. — Eu vou ali esperar minha irmã... Ela disse que vai me trazer uma sopa de ressaca.

Ao ouvir “sopa de ressaca”, Gabriel ficou paralisado por um breve instante.

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