Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 256

Gabriel ligava freneticamente para Eduardo e Letícia, mas ambos o haviam bloqueado. Nenhum dos dois atendeu. Furioso, não teve outra escolha a não ser mandar investigar por conta própria.

Agora, ouvindo do outro lado da linha o relatório sobre o tal candidato ao namoro, sua mente era um caos de emoções.

Leonardo. Terceiro filho da poderosa família Barbosa, uma das dez mais influentes da Cidade A. Um típico herdeiro de família rica.

Ou seja, só podia ser alguém que Letícia arrumou para apresentar à Beatriz.

Era exatamente o que ele temia. A certeza só fez a fúria e o ciúmes explodirem. Num acesso de raiva, Gabriel socou a mesa com tanta força que rachou o tampo, uma peça antiga, de madeira nobre, valiosíssima.

— Mas ele não seguiu os negócios da família. Abriu seu próprio escritório de advocacia e atualmente atua como...

Do outro lado da linha, o investigador ainda detalhava, com cautela, o currículo profissional de Leonardo.

— Chega. Eu não quero saber mais nada sobre esse homem.

Gabriel já estava completamente dominado pelo ciúme. Interrompeu o relatório aos gritos, descontrolado.

“Boa, Letícia... Estava com tanta pressa de empurrar homem para cima da Beatriz, não é? Por que não fica com ele você mesma?

Daniel foi o primeiro. Depois apareceu Eduardo. Agora vem esse tal de Leonardo.

O que é isso? Uma seleção de príncipes para ver quem ganha o coração da Beatriz?”

Ela ainda nem havia se divorciado.

Era como se Letícia estivesse esfregando seu orgulho no chão, pisoteando sem a menor consideração.

O sangue de Gabriel fervia. Ele já começava a traçar mentalmente planos de vingança contra o Grupo Martins. Tudo que queria era devolver na mesma moeda, ou pior.

Do outro lado da linha, o investigador, percebendo o tom irado do cliente, rapidamente ficou em silêncio.

Alguns segundos depois, pigarreou com cuidado:

— Senhor, os dados já foram enviados para seu e-mail. Se o senhor não quiser ler, pode simplesmente deletar...

Gabriel desligou na cara. A raiva era tanta que sentia a cabeça latejar. Nem abriu o computador.

Mesmo sabendo que venceria o processo de divórcio com facilidade, uma dúvida corrosiva não saía da mente.

E se Beatriz se apaixonasse por outro homem?

E se ela o traísse depois?

Divorciar-se seria exatamente o que ela deseja. Não se divorciar significaria carregar, metaforicamente, um par de chifres.

O rosto de Gabriel estava sombrio como uma tempestade. As veias dos braços saltavam, tensas.

Nenhuma das opções era aceitável. Nenhuma.

O que fazer? Como fazer Beatriz gostar dele, dele mesmo, e não de outro homem?

“Mas quinze minutos se passaram, e Letícia não apareceu.

Estranho. Será que ela estava ocupada? Se atrasou para sair?”

— Vamos. Pode ir para casa. — Ordenou Eduardo, de repente.

— Não quer esperar mais um pouco pela senhorita? — Perguntou o motorista, cauteloso.

Eduardo apenas respondeu com um "não" quase inaudível, impossível saber o que ele realmente pensava.

O carro deu partida, e Eduardo desviou os olhos da rua. Cruzou os dedos sobre o joelho, apoiando a perna direita sobre a esquerda, o olhar baixo, pensativo.

“Ir atrás de Beatriz? Será que ela sairia para vê-lo?

Deveria pedir desculpas primeiro? Mas nem o presente havia comprado ainda...

E se ele fosse direto e a convidasse para trabalhar no Grupo Martins? Seria forçado? Impulsivo demais?

Melhor deixar os mal-entendidos se resolverem antes.

De todo modo, ele ainda voltaria à Aurora.

Eles iam se encontrar de novo. Era apenas questão de tempo.”